Sábado da 32ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Da Homilia de um Autor do século segundo
(Cap. 18,1-20,5: Funk 1,167-171)
Pratiquemos a justiça para alcançarmos a salvação
Quanto
a nós, sejamos daqueles que dão graças, daqueles que servem a Deus; e
não, dos ímpios que serão condenados. Na verdade, eu, mesmo pecador, que
não sei fugir das tentações, e ainda vivo em meio das pompas do
demônio, esforço-me por seguir a justiça, a fim de, no temor do futuro
juízo, poder ao menos chegar perto dela.
Portanto,
irmãos e irmãs, tendo nós ouvido o Deus da Verdade, leio-vos uma
exortação. Se prestardes atenção ao que está escrito, vós vos salvareis e
também aquele que lê diante de vós. Peço esta paga: que de todo o
coração façais penitência, dando-vos assim a salvação e a vida. Agindo
desse modo, apresentaremos uma finalidade aos jovens que querem dedicar
seus esforços à santidade e à bondade de Deus. Não levemos a mal nem nos
indignemos, nós insensatos, se alguém nos chama a atenção e quer nos
converter da injustiça para a justiça. Acontece às vezes que, procedendo
mal, não o percebemos por causa da duplicidade e incredulidade que
existem em nossos corações e nossa mente é obscurecida por vãs inclinações.
Cumpramos,
pois, a justiça para no fim sermos salvos. Felizes os que obedecem a
estes preceitos; embora por breve tempo padeçam no mundo, hão de colher o
incorruptível fruto da ressurreição. Não se entristeça o cristão, se
neste tempo suporta a miséria; espera-o um tempo feliz.
Ao recobrar a vida, junto com os antepassados, no Alto, alegrar-se-á para sempre, nunca mais a tristeza o perturbará.
E
também não se abale nosso espírito, quando vemos ricos os injustos e em
dificuldades os servos de Deus. Tenhamos fé, irmãos e irmãs: suportamos
as lutas do Deus vivo e somos provados nesta vida para recebermos a
coroa na futura. Nenhum justo recolhe um fruto imediato, mas aguarda-o.
Porque, se Deus desse logo a recompensa aos justos, nos entregaríamos
então a um negócio e não à virtude; pareceríamos querer ser justos por
causa do lucro, não do serviço de Deus. Por isto, o juízo divino
perturba o espírito que não é justo e torna mais pesadas as cadeias.
Ao
único Deus invisível, ao Pai da verdade que nos enviou o salvador e
doador da incorruptibilidade, por meio de quem nos manifestou a verdade e
a vida celeste, a ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
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