Quarta-feira da 32ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Da Homilia de um Autor do século segundo
(Cap. 10,1-12,1; 13,1: Funk 1,157-159)
Perseveremos na esperança
Cumpramos,
portanto, irmãos meus, a vontade do Pai que nos chamou, para termos a
vida, e cultivemos a virtude; abandonemos o vício, precursor de nossos
crimes, e fujamos da impiedade e assim os males não nos agarrarão.
Porque, se nos esforçarmos por viver bem, a paz nos acompanhará. Por
esta razão, não podem encontrá-la os homens que, presa de temores
humanos, preferem o prazer presente à promessa futura. Ignoram quanto
tormento traz consigo a volúpia deste mundo e que delícias encerra a
promessa do futuro. E se fizessem isto só para si, ainda seria
tolerável; mas insistem em inculcar más doutrinas nas pessoas inocentes,
sem saber que incorrerão em dupla condenação, eles e os que os ouvem.
Quanto
a nós, sirvamos a Deus com coração puro, e seremos justos. Se, porém,
incrédulos diante das promessas de Deus, não o servimos, seremos
extremamente infelizes. A palavra profética ensina: Infelizes os
falsos e hesitantes de coração, que dizem: Já escutamos isto há muito,
desde o tempo de nossos pais; esperando dia após dia, nada aconteceu. Ó
loucos, comparai-vos à árvore, por exemplo, à videira: primeiro caem as
folhas, depois vem o broto, em seguida a uva verde e por fim a uva
madura. Assim meu povo sofre agitações e angústias; receberá os bens,
depois.
Irmãos meus, não sejamos
indecisos, mas perseveremos na esperança e obteremos o prêmio. É fiel
aquele que prometeu dar a cada um segundo suas obras. Cumprindo a
justiça diante de Deus, entraremos em seu reino e receberemos o
prometido que ouvidos não ouviram, olhos não viram, nem jamais subiu ao coração do homem (cf. 1Cor 2,9).
Esperemos, então, a cada momento, na caridade e na justiça, o reino de Deus, apesar de não conhecermos o dia da chegada de Deus.
Vamos,
irmãos, façamos penitência, convertamo-nos para o bem; porque estamos
cheios de insensatez e de maldade. Lavemo-nos dos pecados passados e
mudando profundamente nosso modo de pensar seremos salvos. Não sejamos
aduladores, nem procuremos agradar somente aos irmãos, mas também aos de
fora, por amor da justiça, para que o Nome não seja blasfemado por
nossa causa (cf. Rm 2,24).
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