sábado, 21 de agosto de 2021

22/ago/21, Domingo da 21ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 395



Título: 

Sombra do mundo futuro



Fonte: 

Da Constituição Pastoral 'Gaudium et Spes', do Concílio Vaticano II



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SÃO PIO X, PAPA

 Memória

Nasceu na aldeia de Riese, na região de Veneza (Itália), em 1835. Depois de ter desempenhado santamente o ministério sacerdotal, foi sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza, e papa, eleito no ano 1903. Adotou como lema do seu pontificado “Restaurar todas as coisas em Cristo”, ideal que de fato orientou a sua ação pontifícia, na simplicidade de espírito, pobreza e fortaleza, dando assim um novo incremento à vida cristã na Igreja. Teve também de combater energicamente contra os erros que nela se infiltravam. Morreu no dia 20 de Agosto de 1914.

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Segunda leitura

Da Constituição Apostólica Divino aflatu, de São Pio X, papa

(AAS3[1911],633-635)
(Séc.XX)

A voz da Igreja que canta suavemente
Compostos por divina inspiração, os salmos colecionados na Sagrada Escritura foram desde os inícios da Igreja empregados, como se sabe, não apenas para alimentar maravilhosamente a piedade dos fiéis que ofereciam sempre a Deus o sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que louvam seu nome (cf. Hb 13,15; Os 14,3); mas também, como já era costume na antiga Lei, para ocupar lugar eminente na sagrada liturgia e no ofício divino. Daí nasceu, na expressão de Basílio, “a voz da Igreja” e a salmodia. Salmodia que é “filha de sua hinodia, que sempre a Igreja canta diante do trono de Deus e do Cordeiro”, como expõe nosso predecessor Urbano VI. Assim a Igreja ensina aos homens particularmente devotados ao culto divino, conforme as palavras de Atanásio, “de que modo se deve louvar o Senhor e com que palavras dignamente” confessá-lo. A este respeito disse muito bem Agostinho:“Para ser bem louvado pelo homem, Deus mesmo se louvou; e, aceitando louvar-se, deu ao homem encontrar o modo de louvá-lo”.

Além disto, nos salmos há uma maravilhosa força para despertar nos corações o desejo de todas as virtudes. Pois, “embora toda a nossa Escritura, tanto a antiga quanto a nova, seja inspirada por Deus e útil para a instrução, como está escrito (cf. 2Tm 3,16), o livro dos salmos porém, semelhante a um paraíso, que contém em si os frutos dos demais livros, produz o canto, e, ainda mais, oferece seus próprios frutos unidos aos dos outros durante a salmodia”. Essas palavras são novamente de Atanásio, que acrescenta: “A mim me parece que os salmos são como um espelho para quem salmodia, onde este se contempla a si e os movimentos de seu espírito, e, assim impressionado, os recita”. Também diz Agostinho nas Confissões: “Como chorei por causa de teus hinos e cânticos, vivamente comovido pelas suaves palavras do canto de tua Igreja! As palavras fluíam em meus ouvidos e instilava-se a verdade em meu coração, fazendo arder a piedade; corriam-me as lágrimas e sentia-me bem com elas”.

Na verdade, a quem não comovem aquelas freqüentes passagens dos salmos onde se canta profundamente a imensa majestade de Deus, a onipotência, a indizível justiça,a bondade ou a clemência e todos os outros infinitos louvores? A quem não inspiram iguais sentimentos as ações de graças pelos benefícios recebidos de Deus, ou as humildes e confiantes preces pelo que se deseja, ou os clamores do arrependimento dos pecados? A quem não inflama a cuidadosamente velada imagem do Cristo Redentor “cuja voz ouvia Agostinho em todos os salmos a salmodiar, a gemer, a alegrar-se na esperança ou a suspirar pela realização?”

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

21/ago/21, Sábado da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 393



Título: 

Cristo por seu sangue reconciliou o mundo com Deus



Fonte: 

Das Explanações dos salmos, por Santo Ambrósio, bispo



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SÃO BERNARDO, ABADE E DOUTOR DA IGREJA

 Memória

Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua atividade e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e ascética. Morreu em1153.
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Segunda leitura

Dos Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, de São Bernardo, abade

(Sermo 83,4-6: Opera omnia, Edit. Cisterc. 2[1958], 300-302)
Séc.XII

Amo porque amo, amo para amar
O amor basta-se a si mesmo, em si e por sua causa encontra satisfação. É seu mérito, seu próprio prêmio. Além de si mesmo, o amor não exige motivo nem fruto. Seu fruto é o próprio ato de amar. Amo porque amo, amo para amar. Grande coisa é o amor, contanto que vá a seu princípio, volte à sua origem, mergulhe em sua fonte, sempre beba donde corre sem cessar. De todos os movimentos da alma, sentidos e afeições, o amor é o único com que pode a criatura, embora não condignamente, responder ao Criador e, por sua vez, dar-lhe outro tanto. Pois quando Deus ama não quer outra coisa senão ser amado, já que ama para ser amado; porque bem sabe que serão felizes pelo amor aqueles que o amarem.

O amor do Esposo, ou melhor, o Esposo-Amor somente procura a resposta do amor e a fidelidade. Seja permitido à amada corresponder ao amor! Por que a esposa e esposa do Amor não deveria amar? Por que não seria amado o Amor? É justo que, renunciando a todos os outros sentimentos, única e totalmente se entregue ao amor, aquela que há de corresponder a ele, pagando amor com amor. Pois mesmo que se esgote toda no amor, que é isto diante da perene corrente do amor do outro? Certamente não corre com igual abundância o caudal do amante e do Amor, da alma e do Verbo, da esposa e do Esposo, do Criador e da criatura; há entre eles a mesma diferença que entre o sedento e a fonte.

E então? Desaparecerá por isto e se esvaziará de todo a promessa da desposada, o desejo que suspira, o ardor da que a ama, a confiança da que ousa, já que não pode de igual para igual correr com o gigante, rivalizar a doçura com o mel, a brandura com o cordeiro, a alvura com o lírio, a claridade com o sol, a caridade com aquele que é a caridade? Não. Mesmo amando menos, por ser menor, se a criatura amar com tudo o que é, haverá de dar tudo. Por esta razão, amar assim é unir-se em matrimônio, porque não pode amar deste modo e ser menos amada, de sorte que no consenso dos dois haja íntegro e perfeito casamento. A não ser que alguém duvide ser amado primeiro e muito mais pelo Verbo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

20/ago/21, Sexta-feira da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 391



Título: 

Um, o mediador enre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus



Fonte: 

Das Explanações dos salmos, por Santo Ambrósio, bispo



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SÃO JOÃO EUDES, PRESBÍTERO

 Nasceu na diocese de Séez (França) no ano 1601. Recebeu a ordenação sacerdotal e dedicou-se durante vários anos à pregação nas paróquias. Fundou duas Congregações: uma destinada à formação sacerdotal dos seminaristas e outra para educação das mulheres cuja vida cristã corria perigo. Fomentou com particular zelo a devoção aos Corações de Jesus e de Maria. Morreu em 1680.

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Segunda leitura

Do tratado sobre o admirável Coração de Jesus, de São João Eudes, presbítero

(Lib. 1,5: Opera omnia 6,107.113-115)
(Séc.XVII)

Fonte de salvação e de vida verdadeira
Rogo-te medites que nosso Senhor Jesus Cristo é tua verdadeira cabeça e tu, um de seus membros. Ele está em relação a ti como a cabeça com os membros. Tudo que é dele, é teu: espírito, coração, corpo, alma e todas as faculdades. São para que os uses como se fossem teus, a fim de que, servindo-o, tu o louves, o ames e glorifiques. Por teu lado, tu lhe és como membro para a cabeça. Por isto deseja com ardor usar todas as tuas faculdades como dele, para servir e glorificar o Pai.
Mas não apenas ele é teu, porém, quer também estar em ti, vivendo e reinando em ti, tal como a cabeça vive e reina em seus membros. Quer, pois, que tudo o que nele existe, viva e reine em ti. Assim o seu espírito em teu espírito, o seu coração em teu coração, todas as faculdades de sua alma em tuas faculdades, a ponto de se cumprirem em ti estas palavras: Glorificai e trazei a Deus em vosso corpo; bem como manifeste-se a vida de Jesus em vós (1Cor 6,20). Não somente és para o Filho de Deus, mas nele deves existir como os membros, na cabeça. Tudo quanto há em ti, nele tem de ser inserido, e deves receber dele a vida e ser por ele guiado. Não terás vida verdadeira, a não ser nele, única fonte da verdadeira vida. Fora dele só encontras morte e perdição. Seja ele o único princípio de teus movimentos, ações e forças de tua vida. Dele e para ele tens de viver para realizares as palavras: Nenhum de nós vive para si ou para si morre; se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Vivos ou mortos somos do Senhor. Para isto Cristo morreu e ressuscitou, para ser o Senhor dos vivos e dos mortos (Rm 14,7-9). És enfim um só com Jesus, como os membros são uma só coisa com a cabeça. Portanto deves ter com ele um só espírito, uma só alma, uma vida, uma vontade, uma intenção, um só coração. E ele será teu espírito, coração, amor, vida, e tudo o que é teu. Para os cristãos estas grandes realidades têm origem no batismo. Mas aumentam e se fortalecem pela confirmação e boa prática das outras graças de que Deus lhes dá participarem. E tudo isto ele aperfeiçoa principalmente pela santa eucaristia.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

19/ago/21, Quinta-feira da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 389



Título: 

Ergueu-se uma flor da raiz de Jessé



Fonte: 

Do Tratado 'A Saudação Angélica', de Balduíno de Cantuária, bispo



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teste

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terça-feira, 17 de agosto de 2021

18/ago/21, Quarta-feira da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 387



Título: 

Quem perseverar até o fim, esse será salvo



Fonte: 

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo



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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

17/ago/21, Terça-feira da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 385



Título: 

Pelo Altíssimo criada, prefigurada pelos patriarcas



Fonte: 

Das Homilias 'Em louvor da Virgem-Mãe', por São Bernardo, abade



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SANTO ESTÊVÃO DA HUNGRIA

 Nasceu na Panônia cerca do ano 969; tendo recebido o batismo, foi coroado rei da Hungria no ano 1000. No governo do seu reino foi justo, pacífico e piedoso, observando com toda a diligência as leis da Igreja e procurando sempre o bem dos súditos. Fundou vários episcopados e auxiliou com o máximo zelo a vida da Igreja. Morreu em Alba Real (Szekesfehérvar) no ano 1038.

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Segunda leitura

Dos Conselhos de Santo Estêvão a seu filho

(Cap. 1.2.10: PL 151,1236-1237.1242-1244)
(Séc. XI)

Escuta, meu filho, os ensinamentos de teu pai

Em primeiro lugar, se desejas honrar a coroa real, recomendo-te, aconselho e exorto, filho muito caro, que guardes a fé católica e apostólica com tanta diligência e cuidado, que te tornes um exemplo para todos os que da parte de Deus te estão sujeitos; e todos os eclesiásticos com razão te denominem o verdadeiro homem da fé cristã, sem a qual, não tenhas dúvida, não te poderás dizer cristão nem filho da Igreja. No palácio real, depois da fé, a Igreja ocupa o segundo lugar, ela que foi plantada por nosso chefe, o Cristo; em seguida, transplantada, solidamente edificada e espalhada pelo universo por seus membros, os apóstolos e santos padres. Embora gerando sempre nova prole, em alguns lugares é considerada antiga.
Em nossa monarquia, filho, ela é ainda jovem e recente; por este motivo precisa de protetores mais precavidos e declarados. Não aconteça que por teu desleixo, preguiça e negligência seja destruído e aniquilado o que a divina clemência nos concedeu sem merecimento de nossa parte.
Meu filho muito querido, doçura de meu coração, esperança da continuidade de nossa linhagem, rogo-te e ordeno que por tudo e em tudo, firmado na piedade, sejas propício não apenas aos parentes e próximos, ou aos príncipes e aos chefes, ou aos ricos ou vizinhos e povo; mas também aos estrangeiros e a todos que te procuram. Pois a prática da compaixão te leva à máxima felicidade. Sê misericordioso para com os oprimidos, guardando sempre no fundo do coração o exemplo do Senhor: Quero a misericórdia e não o sacrifício (Mt 9,13). Sê paciente com todos, não apenas com os poderosos, mas também com os pequeninos.
Sê, enfim, forte para que a prosperidade não te ensoberbeça ou a adversidade não te abata. Sê também humilde para que Deus te eleve agora e no futuro. Sê, ainda, modesto, e a ninguém castigues ou condenes em excesso. Sê manso para não faltares à justiça. Sê fidalgo, de modo a jamais infligir deliberadamente um ultraje a alguém. Sê casto, para evitares, como aguilhão da morte, todo o mau cheiro da luxúria.
Todas estas coisas ditas acima, reunidas, tecem a coroa real, porque sem ela ninguém consegue reinar aqui nem chegar ao reino eterno.

domingo, 15 de agosto de 2021

16/ago/21, Segunda-feira da 20ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 383



Título: 

Fora, combates; dentro temores



Fonte: 

Dos 'Moralia', sobre Jó, de São Gregório Magno, papa



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ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

 Solenidade


Segunda leitura
Da Constituição Apostólica Munificentíssimus Deus, do papa Pio XII

(AAS 42[1950],s760-762.767-769)
(Séc. XX)

Teu corpo é santo e cheio de glória
Nas homilias e orações para o povo na festa da Assunção da Mãe de Deus, santos padres e grandes doutores dela falaram como de uma festa já conhecida e aceita. Com a maior clareza a expuseram; apresentaram seu sentido e conteúdo com profundas razões, colocando especialmente em plena luz o que esta festa tem em vista: não apenas que o corpo morto da Santa Virgem Maria não sofrera corrupção, mas ainda o triunfo que ela alcançou sobre a morte e a sua celeste glorificação, a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo.

São João Damasceno, entre todos o mais notável pregoeiro desta verdade da tradição, comparando a Assunção em corpo e alma da Mãe de Deus com seus outros dons e privilégios, declarou com vigorosa eloquência: “Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como mãe e serva de Deus”.

São Germano de Constantinopla julgava que o fato de o corpo da Virgem Mãe de Deus estar incorrupto e ser levado ao céu não apenas concordava com sua maternidade divina, mas ainda conforme a peculiar santidade deste corpo virginal: “Tu, está escrito, surges com beleza (cf. Sl 44,14); e teu corpo virginal é todo santo, todo casto, todo morada de Deus; de tal forma que ele está para sempre bem longe de desfazer-se em pó; imutado, sim, por ser humano, para a excelsa vida da incorruptibilidade. Está vivo e cheio de glória, incólume e participante da vida perfeita”.

Outro antiqüíssimo escritor assevera: “Portanto, como gloriosa mãe de Cristo, nosso Deus salvador, doador da vida e da imortalidade, foi por ele vivificada para sempre em seu corpo na incorruptibilidade; ele a ergueu do sepulcro e tomou para si, como só ele sabe”.

Todos estes argumentos e reflexões dos santos padres apóiam-se como em seu maior fundamento nas Sagradas Escrituras. Estas como que põem diante dos olhos a santa Mãe de Deus profundamente unida a seu divino Filho, participando constantemente de seu destino.

De modo especial é de lembrar que, desde o segundo século, os santos padres apresentam a Virgem Maria qual nova Eva para o novo Adão: intimamente unida a ele – embora com submissão – na mesma luta contra o inimigo infernal (como tinha sido previamente anunciado no proto-evangelho [cf. Gn 3,15]), luta que iria terminar com a completa vitória sobre o pecado e a morte, coisas que sempre estão juntas nos escritos do Apóstolo das gentes (cf. Rm 5 e 6; 1Cor 15,21-26.54-57). Por este motivo, assim como a gloriosa ressurreição de Cristo era parte essencial e o último sinal desta vitória, assim também devia ser incluída a luta da santa Virgem, a mesma que a de seu Filho, pela glorificação do corpo virginal. O mesmo Apóstolo dissera: Quando o que é mortal se revestir de imortalidade, então se cumprirá o que foi escrito: A morte foi tragada pela vitória (1Cor 15,54; cf. Os 13,14).

Por conseguinte, desde toda a eternidade unida misteriosamente a Jesus Cristo, pelo mesmo desígnio de predestinação, a augusta Mãe de Deus, imaculada na concepção, virgem inteiramente intacta na divina maternidade, generosa companheira do divino Redentor, que obteve pleno triunfo sobre o pecado e suas conseqüências, ela alcançou ser guardada imune da corrupção do sepulcro, como suprema coroa dos seus privilégios. Semelhantemente a seu Filho, uma vez vencida a morte, foi levada em corpo e alma à glória celeste, onde, rainha, refulge à direita do seu Filho, o imortal rei dos séculos.