sábado, 25 de janeiro de 2020

CONVERSÃO DE SÃO PAULO, APÓSTOLO

Festa

Segunda leitura 

Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo 
 
(Hom. 2 de laudibus sancti Pauli: PG 50,447-480) 
 
(Séc. IV) 
 
Por amor de Cristo, Paulo tudo suportou 
 
O que é o homem, quão grande é a dignidade da nossa natureza e de quanta virtude é capaz a criatura humana, Paulo o demonstrou mais do que qualquer outro. Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. É o que depreendemos de suas próprias palavras: Esquecendo o que fica para trás, eu me lanço para o que está na frente (cf. Fl 3,13). Percebendo a morte iminente, convidava os outros a comungarem da sua alegria, dizendo: Alegrai-vos e congratulai-vos comigo (Fl 2,18). Diante dos perigos, injúrias e opróbrios, igualmente se alegra e escreve aos coríntios: Eu me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições (2Cor 12,10); porque sendo estas, conforme declarava, as armas da justiça, mostrava que delas lhe vinha um grande proveito.
Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar (2Cor 2,14). Por isso, corria ao encontro das humilhações e das ofensas que suportava por causa da pregação, com mais entusiasmo do que nós quando nos apressamos para alcançar o prazer das honrarias; aspirava mais pela morte do que nós pela vida; ansiava mais pela pobreza do que nós pelas riquezas; e desejava muito mais o trabalho sem descanso do que nós o descanso depois do trabalho. Uma só coisa o amedrontava e fazia temer: ofender a Deus. E uma única coisa desejava: agradar a Deus.
Só se alegrava no amor de Cristo, que era para ele o maior de todos os bens; com isto julgava-se o mais feliz dos homens; sem isto, de nada lhe valia ser amigo dos senhores e poderosos. Com este amor preferia ser o último de todos, isto é, ser contado entre os réprobos, do que encontrar-se no meio de homens famosos pela consideração e pela honra, mas privados do amor de Cristo.
Para ele, o maior e único tormento consistia em separar-se de semelhante amor; esta era a sua geena, o seu único castigo, o infinito e intolerável suplício. Em compensação, gozar do amor de Cristo era para ele a vida, o mundo, o anjo, o presente, o futuro, o reino, a promessa, enfim, todos os bens. Afora isto, nada tinha por triste ou alegre. De tudo o que existe no mundo, nada lhe era agradável ou desagradável.
Não se importava com as coisas que admiramos, como se costuma desprezar a erva apodrecida. Para ele, tanto os tiranos como as multidões enfurecidas eram como mosquitos. Considerava como brinquedo de crianças os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo.

Sábado da 2ª semana do Tempo Comum


Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo 
 
(Lib. 4,18,1-2.4.5: SCh 100,596-598.606.610-612) 

(Séc. II) 
 

A oblação pura da Igreja 
 
Sacrifício puro e aceito por Deus é a oblação da Igreja, tal como o Senhor lhe ensinou a oferecer em todo o mundo. Não por necessitar de nosso sacrifício, mas porque o ofertante se enche de glória quando seu dom é aceito. Pela dádiva a um rei manifesta-se a homenagem e afeição. Querendo o Senhor que, com simplicidade e inocência, oferecêssemos nossos dons, deu-nos o preceito: Se estás para fazer tua oferta diante do altar e te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então, vem fazer a tua oferta. Faz-se, pois, mister oferecer a Deus as primícias de suas criaturas, como Moisés também já dissera: Não te apresentarás de mãos vazias diante do Senhor, teu Deus. Quando o homem quer manifestar a Deus sua gratidão, oferece-lhe os próprios dons por ele mesmo dados e recebe a honra que dele provém.
Nenhuma das oblações é rejeitada: oblações lá e oblações aqui; sacrifícios entre o povo, sacrifícios na Igreja. A forma, porém, de tal maneira mudou, que já não mais por servos são oferecidos, mas por filhos. Um só e o mesmo é o Senhor; há, contudo, o caráter próprio à oblação dos filhos, de modo que as oblações são sinal da liberdade possuída. Para Deus não há nada vão, nem sem significado ou motivo. Por isto, o seu povo lhe consagrava os dízimos. Mas depois, aqueles que receberam a graça da liberdade põem à disposição do Senhor tudo quanto possuem, dando com alegria e generosidade e não apenas as coisas de menor valor, pela esperança que têm das maiores; como aquela viúva tão pobre que pôs no cofre de Deus tudo o que possuía.
Cumpre, então, fazermos oblações a Deus e em tudo sermos gratos ao Criador, com mente pura e fé sincera, na firme esperança, na caridade fervorosa, oferecendo-lhe as primícias da criação, criação que lhe pertence. E a Igreja é a única a fazer ao Criador esta oblação pura, que provém de sua criação, oferecendo-a em ação de graças. Pois lhe oferecemos o que já é seu, proclamando como é justo a comunhão e a unidade e confessando a ressurreição da carne e do espírito. O pão que vem da terra, ao receber a invocação de Deus, já não é mais pão comum mas a eucaristia, feita de dois elementos, o terreno e o celeste; do mesmo modo, por receberem a eucaristia, já não são corruptíveis nossos corpos; possuem a esperança da ressurreição.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

SÃO FRANCISCO DE SALES, BISPO E DOUTOR DA IGREJA

Memória 
 
Nasceu na Sabóia em 1567. Ordenado sacerdote, trabalhou muito pela restauração da fé católica em sua pátria. Eleito bispo de Genebra, mostrou-se um verdadeiro pastor de seu clero e de seus fiéis, instruindo-os com seus escritos e obras, tornando-se modelo para todos. Morreu em Lião a 28 de dezembro de 1622, mas foi sepultado definitivamente em Annecy, a 24 de janeiro do ano seguinte. 
 
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Segunda leitura 
 
Da Introdução à Vida Devota, de São Francisco de Sales, bispo 
 
(Pars 1, cap. 3) 
 
(Séc. XVII) 
 
A devoção deve ser praticada de modos diferentes 
 
Na criação, Deus Criador mandou às plantas que cada uma produzisse fruto conforme sua espécie. Do mesmo modo, ele ordenou aos cristãos, plantas vivas de sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada qual de acordo com sua categoria, estado e vocação.
A devoção deve ser praticada de modos diferentes pelo nobre e pelo operário, pelo servo e pelo príncipe, pela viúva, pela solteira ou pela casada. E isto ainda não basta. A prática da devoção deve adaptar-se às forças, aos trabalhos e aos deveres particulares de cada um.
Dize-me, por favor, Filotéia, se seria conveniente que os bispos quisessem viver na solidão como os cartuxos; que os casados não se preocupassem em aumentar seus ganhos mais que os capuchinhos; que o operário passasse o dia todo na igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre disponível para todo tipo de encontros a serviço do próximo, como o bispo. Não seria ridícula, confusa e intolerável esta devoção?
Contudo, este erro absurdo acontece muitíssimas vezes. E no entanto, Filotéia, a devoção quando é verdadeira não prejudica a ninguém; pelo contrário, tudo aperfeiçoa e consuma. E quando se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é falsa, sem dúvida alguma.
A abelha extrai seu mel das flores sem lhes causar dano algum, deixando-as intactas e frescas como encontrou. Todavia, a verdadeira devoção age melhor ainda, porque não somente não prejudica a qualquer espécie de vocação ou tarefa, mas ainda as engrandece e embeleza.
Toda a variedade de pedras preciosas lançadas no mel, tornam-se mais brilhantes, cada qual conforme sua cor; assim também cada um se torna mais agradável e perfeito em sua vocação quando esta for conjugada com a devoção: o cuidado da família se torna tranqüilo, o amor mútuo entre marido e mulher, mais sincero, o serviço que se presta ao príncipe, mais fiel, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações.
É um erro, senão até mesmo uma heresia, querer excluir a vida devota dos quartéis de soldados, das oficinas dos operários, dos palácios dos príncipes, do lar das pessoas casadas. Confesso, porém, caríssima Filotéia, que a devoção puramente contemplativa, monástica e religiosa de modo algum pode ser praticada em tais ocupações ou condições. Mas, para além destas três espécies de devoção, existem muitas outras, próprias para o aperfeiçoamento daqueles que vivem no estado secular.
Portanto, onde quer que estejamos, devemos e podemos aspirar à vida perfeita.

Sexta-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Dos Capítulos sobre a perfeição espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo 
 
(Cap. 12.13.14: PG 65,1171-1172) 
 
(Séc. V) 
 

Só a Deus amarás 
 
Não pode amar a Deus quem ama a si mesmo. Pelo contrário, quem não se prefere por causa das incomparáveis riquezas do amor de Deus, este ama a Deus. Daí decorre que jamais busque a própria glória, mas a glória de Deus. Pois quem se ama, procura sua glória, mas quem ama a Deus, ama a glória de seu Criador.
É próprio da alma sensível ao amor e a Deus procurar sempre a glória de Deus, deleitando-se em realizar todos os preceitos com submissão. Porque a Deus, por causa de sua magnificência, convém a glória. Ao homem, porém, convém a submissão que nos faz familiares de Deus. Quando procedemos assim, nós nos alegraremos com a glória do Senhor e, a exemplo de João Batista, começaremos a dizer sem nunca cessar: É preciso que ele cresça e que nós diminuamos.
Conheci uma pessoa que, embora chorando por não amar a Deus como quereria, de tal forma o amava que seu espírito era constantemente presa do veemente desejo de que Deus nela encontrasse sua glória, ela mesma era como nada. Quem vive assim não será louvado por palavras, mas se conhecerá por quem de fato é. Pelo imenso desejo humilde, nem pensava em sua dignidade, apesar de servir a Deus conforme prescreve a lei para os sacerdotes. Pela intensa vontade de amar a Deus, começou a esquecer-se de seus títulos, ocultando na profunda caridade para com Deus, pela humildade de espírito, a glória de sua posição, a ponto de sentir-se sempre servo inútil, indiferente a seu valor, ansiando pela humildade. Também nós assim deveríamos proceder, fugindo de toda honra e glória, por causa das inestimáveis riquezas do amor para com o Deus que verdadeiramente nos ama.
Quem ama a Deus no íntimo do coração é por ele conhecido. Pois de toda a caridade de Deus que alguém guarda no fundo da alma, nesta mesma medida o ama. Por isso, vem a amar com extremos a luz do conhecimento, a ponto de senti-la até nos ossos. Já não se conhece mais a si mesmo. Está todo transformado pela caridade.
Aquele que chegou a este ponto, vive, sim, mas como se não vivesse; vive no corpo, mas, pela caridade, peregrina nos eternos caminhos para Deus. Abrasado o coração pelo fogo da caridade, facho ardente de desejo, une-se a Deus, liberto de todo apego a si mesmo pela caridade de Deus: Se somos arrebatados fora de nós, é por Deus: se somos sóbrios, é para vós, como diz o Apóstolo.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Quinta-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Da Carta de São Fulgêncio de Ruspe, bispo 
 
(Epist. 14,36-37: CCL 91,429-431) 
 
(Séc. VI) 
 

Cristo, sempre vivo, intercede por nós 
 
Antes do mais, chama-nos a atenção que, na conclusão das orações, dizemos: "por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho e nunca: "pelo Espírito Santo". Não é sem motivo que a Igreja católica o repete, por causa do mistério do mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem, sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, que com seu próprio sangue entrou uma vez por todas no santuário, não feito por mãos de homens, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, onde está à direita de Deus e intercede por nós.
Contemplando esta função pontifical, diz o Apóstolo: Por ele ofereçamos sempre o sacrifício de louvor, o fruto dos lábios daqueles que confessam seu nome. Por conseguinte, por ele oferecemos o sacrifício de louvor e da prece, pois, mediante a sua morte, fomos reconciliados, nós os inimigos. Por ele, que se dignou tornar-se sacrifício em nosso favor, o nosso sacrifício pode ser bem aceito diante de Deus. São Pedro adverte-nos, dizendo: E vós, quais pedras vivas, entrais na edificação deste edifício espiritual, no sagrado sacerdócio, oferecendo vítimas espirituais agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. É esta a razão que nos faz dizer: "Por nosso Senhor Jesus Cristo".
Quando se menciona o sacerdote, que vem à mente a não ser o mistério da encarnação do Senhor? Mistério do Filho de Deus que, embora de condição divina, aniquilou-se a si mesmo, assumindo a forma de escravo; em sua humilhação, fez-se obediente até à morte; a saber, feito um pouco menor do que os anjos, possuindo, embora, a igualdade com Deus Pai. O Filho se diminuiu, permanecendo igual ao Pai, porquanto se dignou assemelhar-se aos homens. Tornou-se o menor, quando se aniquilou a si mesmo, tomando a forma de servo. A diminuição de Cristo é seu aniquilamento, mas o aniquilamento consiste na aceitação da forma de servo.
Cristo, permanecendo na forma de Deus o unigênito de Deus, a quem juntamente com o Pai oferecemos sacrifícios, tomou a forma de servo, tornando-se sacerdote. Assim, por ele, podemos oferecer um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Nunca nos seria possível oferecer tal sacrifício se Cristo não se houvesse tornado, ele mesmo, sacrifício para nós. Nele, a própria natureza do gênero humano é o verdadeiro sacrifício de salvação.
Com efeito, quando nos apresentamos para oferecer, mediante nosso eterno sacerdote e senhor, nossas orações, afirmamos ter ele a verdadeira carne de nossa raça. O Apóstolo já dissera: Todo pontífice é escolhido dentre os homens e a favor dos homens é constituído para as coisas que dizem respeito a Deus, a oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Quando, porém, dizemos: "Vosso Filho e acrescentamos: "que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo , comemoramos aquela unidade naturalmente existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Daí se deduz ser o Cristo o que exerce a função sacerdotal para nós, o mesmo a quem pertence, por natureza, a unidade com o Pai e o Espírito Santo.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

SÃO VICENTE, DIÁCONO E MÁRTIR

 Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência (Espanha), durante a perseguição de Diocleciano, depois de ter sofrido cruéis tormentos. Seu culto logo se propagou por toda a Igreja. 

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 Segunda leitura 

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo 


(Sermo 276,1-2: PL 38,1256) 

(Séc. V) 

 Vicente venceu naquele por quem o mundo foi vencido 
  A vós foi dado por Cristo não apenas crerdes nele, mas também sofrerdes por causa dele (Fl 1,29), diz a Escritura.
O levita Vicente recebera e possuía um e outro dom. Se não tivesse recebido, como os haveria de possuir? Tinha confiança na palavra, tinha coragem no sofrimento.
Ninguém, portanto, se envaideça de sua força interior, quando fala; ninguém confie nas próprias forças, quando é tentado; porque se falamos bem e com prudência, é de Deus que vem nossa sabedoria e, se suportamos os males com firmeza, é dele que vem a nossa força.
Lembrai-vos de como, no Evangelho, Cristo Senhor adverte os que são seus; lembrai-vos do Rei dos mártires instruindo nas armas espirituais os seus exércitos, exortando-os para a guerra, dando-lhes ajuda e prometendo a recompensa. Ele, que disse aos discípulos: No mundo, tereis tribulações, logo acrescenta, a fim de consolar os medrosos: Mas tende coragem! Eu venci o mundo (Jo 16,33).
Por que então nos admiramos, caríssimos, se Vicente venceu naquele por quem o mundo foi vencido? No mundo, tereis tribulações, diz o Senhor. O mundo persegue, mas não triunfa; ataca, mas não vence. O mundo conduz uma dupla batalha contra os soldados de Cristo: afaga-os para enganá-los, aterroriza-os para quebrá-los. Que o nosso bem-estar não nos preocupe, não nos assuste a maldade alheia, e o mundo está vencido.
Cristo acorre a ambos os combates e o cristão não é vencido. Se neste martírio se considera a capacidade humana para suportá-lo, o fato torna-se incompreensível; mas se nele se reconhece o poder divino, nada há que admirar.
Era tanta a crueldade que afligia o corpo do mártir, e tanta a serenidade que transparecia de sua voz; era tamanha a ferocidade dos suplícios que maltratavam os seus membros, e tamanha a firmeza que ressoava nas suas palavras que, de algum modo maravilhoso, enquanto Vicente suportava o martírio, julgávamos ser torturada outra pessoa diferente da que falava.
E era realmente assim, irmãos, era assim mesmo: era outro que falava. No Evangelho, Cristo prometeu também isto a suas testemunhas, ao prepará-las para tais combates. Falou deste modo: Não fiqueis preocupados como falar ou o que dizer. Com efeito, não sereis vós que havereis de falar, mas sim o Espírito do vosso Pai é que falará através de vós. (Mt 10,19-20). Por conseguinte, a carne sofria e o Espírito falava; e enquanto o Espírito falava, não apenas era vencida a impiedade, mas também a fraqueza era confortada.

Quarta-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Da Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II 
 
(N. 2.16) 
 
(Séc. XX) 
 
Eis que salvarei o meu povo 
 
O Pai eterno criou todo o universo por totalmente livre e secreto desígnio de sua sabedoria e bondade. Decretou elevar os homens à participação da vida divina. Quando caíram na pessoa de Adão, jamais os abandonou, oferecendo-lhes sempre os auxílios para a salvação, em vista de Cristo, o Redentor, que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura. Antes dos tempos, o Pai conheceu todos os eleitos e os predestinou a se tornarem conformes à imagem de seu Filho, para que este fosse o primogênito entre muitos irmãos.
Determinou, pois, congregar na santa Igreja os que crêem em Cristo. Desde a origem do mundo foi a Igreja prefigurada. Admiravelmente preparada na história do povo de Israel e na antiga Aliança, foi constituída agora, nestes tempos que são os últimos, e manifestada pela efusão do Espírito. No fim dos tempos, será gloriosamente consumada. Então, como se lê nos santos padres, todos os justos desde Adão, do justo Abel até o último eleito, serão reunidos na Igreja universal junto ao Pai.
Aqueles, porém, que ainda não receberam o Evangelho, por diversos modos se ordenam ao Povo de Deus.
Em primeiro lugar, aquele povo a quem foram dados os testamentos e as promessas e do qual nasceu Cristo segundo a carne. Por causa dos patriarcas, segundo a eleição, é um povo caríssimo; pois os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis.
O plano da salvação ainda abrange aqueles que reconhecem o Criador. Entre estes destacam-se os muçulmanos que, professando manter a fé abraâmica, adoram conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia.
Deus também não está longe dos outros homens, que procuram o Deus desconhecido em sombras e imagens, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e tudo o mais. O Salvador quer que todos os homens se salvem.
Portanto, os que, sem culpa, ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero, tentando, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida através dos ditames da consciência, podem conseguir a salvação eterna. A divina Providência não nega os auxílios necessários à salvação aos que, sem culpa, ainda não chegaram ao expresso conhecimento de Deus e se esforçam, não sem a divina graça, por levar uma vida reta. A Igreja julga tudo quanto de bom e de verdadeiro neles se encontra como uma preparação evangélica, dada por Aquele que ilumina todo homem, para que enfim tenham a vida.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

SANTA INÊS, VIRGEM E MÁRTIR

Memória 

Sofreu o martírio em Romana segunda metade do século III ou, mais provavelmente, no início do século IV. O papa São Dâmaso adornou o seu sepulcro com versos, e muitos Santos Padres, seguindo Santo Ambrósio, celebraram seus louvores. 
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Segunda leitura 

Do Tratado sobre as Virgens, de Santo Ambrósio, bispo 

 (Lib. 1, cap. 2.5.7-9:PL 16, [edit. 1845],189-191) 

(Séc.IV) 

 Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória! 

Celebramos o natalício de uma virgem: imitemos sua integridade; é o natalício de uma mártir: ofereçamos sacrifícios. É o aniversário de Santa Inês. Conta-se que sofreu o martírio com a idade de doze anos. Quanto mais detestável foi a crueldade que não poupou sequer tão tenra idade, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.
Haveria naquele corpo tão pequeno lugar para uma ferida? Mas aquela que quase não tinha tamanho para receber o golpe da espada, teve força para vencer a espada. E isto numa idade em que as meninas não suportam sequer ver o rosto zangado dos pais e choram como se uma picada de alfinete fosse uma ferida!
Mas ela permaneceu impávida entre as mãos ensangüentadas dos carrascos, imóvel perante o arrastar estridente dos pesados grilhões. Oferece o corpo à espada do soldado enfurecido, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela. Levada à força até os altares dos ídolos, estende as mãos para Cristo no meio do fogo, e nestas chamas sacrílegas mostra o troféu do Senhor vitorioso. Finalmente, tendo que introduzir o pescoço e ambas as mãos nas algemas de ferro, nenhum elo era suficientemente apertado para segurar membros tão pequeninos.
Novo gênero de martírio? Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória! Mal sabia lutar e facilmente triunfa! Dá uma lição de firmeza apesar de tão pouca idade! Uma recém-casada não se apressaria para o leito nupcial com aquela alegria com que esta virgem correu para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de belas tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.
Todos choram, menos ela. Muitos se admiram de vê-la entregar tão generosamente a vida que ainda não começara a gozar, como se já tivesse vivido plenamente. Todos ficam espantados que já se levante como testemunha de Deus quem, por causa da idade, não podia ainda dar testemunho de si. Afinal, aquela que não mereceria crédito se testemunhasse a respeito de um homem, conseguiu que lhe dessem crédito ao testemunhar acerca de Deus. Pois o que está acima da natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.
Quantas ameaças não terá feito o carrasco para incutir-lhe terror! Quantas seduções para persuadi-la! Quantas propostas para casar com algum deles! Mas sua resposta foi esta: “É uma injúria ao Esposo esperar por outro que me agrade. Aquele que primeiro me escolheu para si, esse é que me receberá. Por que demoras, carrasco? Pereça este corpo que pode ser amado por quem não quero!” Ficou de pé, rezou, inclinou a cabeça.
Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado, tremer a mão que desfecharia o golpe, e empalidecerem os rostos temerosos do perigo alheio, enquanto a menina não temia o próprio perigo. Tendes, pois, numa única vítima um duplo martírio: o da castidade e o da fé. Inês permaneceu virgem e alcançou o martírio.

Terça-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa 
 
(Nn. 49-50: Funk 1,123-125) 
 
(Séc. I) 
 

Quem poderá falar sobre o vínculo da caridade de Deus? 
 
Quem tem a caridade em Cristo, que cumpra os mandamentos de Cristo! Quem poderá descrever o laço da caridade de Deus? Quem conseguirá discorrer sobre a perfeição de sua beleza? É indizível a profundeza a que nos leva a caridade, nossa união com Deus. A caridade cobre uma multidão de pecados, a caridade tudo suporta, tudo tolera com paciência. Não há nada de sórdido nem de soberbo na caridade. A caridade não tolera a divisão, não provoca revolta. A caridade tudo faz na concórdia. Na caridade todos os eleitos de Deus são perfeitos. Sem a caridade nada é aceito por Deus. Na caridade Deus nos assumiu para si. Pela caridade que tem para conosco, nosso Senhor Jesus Cristo, obediente à vontade divina, por nós entregou o seu sangue, a sua carne, por nossa carne, a sua alma, por nossa alma.
Bem vedes, caríssimos, como é grande e admirável a caridade e impossível descrever toda a sua perfeição. Quem merecerá ser encontrado nela, a não ser aqueles que Deus quiser tornar dignos? Oremos, pois, e peçamos-lhe misericórdia, a fim de estarmos na caridade, sem culpa e sem qualquer interesse puramente humano. Passaram todas as gerações desde Adão até a presente. Mas aqueles que, pela graça de Deus, atingiram a perfeição da caridade, alcançam um lugar sagrado e serão manifestados na vinda do reino de Cristo. Porque está escrito: Entrai por um pouco de tempo em vossos aposentos, até que passe minha cólera e meu furor; e lembrar-me-ei dos dias bons e erguer-vos-ei de vossos sepulcros.
Caríssimos, se cumprirmos os preceitos do Senhor na concórdia e na caridade somos muito felizes, porque por elas nossos pecados serão perdoados. Como está escrito: Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argúi de falta, e em cujos lábios não há engano. A proclamação desta felicidade atinge os que, por Jesus Cristo, nosso Senhor, são eleitos de Deus; a quem seja a glória pelos séculos sem fim. Amém.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

SÃO SEBASTIÃO, MÁRTIR

 Morreu mártir em Roma no começo da perseguição de Diocleciano. Seu sepulcro, na via Ápia, junto das Catacumbas, já era venerado pelos fiéis desde a mais remota antiguidade. 

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 Segunda leitura 

Do Comentário sobre o Salmo 118, de Santo Ambrósio, bispo 

(Cap. 20, 43-45.48: CSEL 62,466-468)  

(Séc. IV) 

 Fiel testemunha de Cristo 
  É preciso que passemos por muitos sofrimentos para entrar no reino de Deus (At 14,22). A muitas perseguições, correspondem muitas provações; onde há muitas coroas de vitória, deve ter havido muitas lutas. Portanto é bom para ti que haja muitos perseguidores, pois entre muitas perseguições mais facilmente encontrarás o modo de seres coroado.
Tomemos o exemplo do mártir Sebastião; hoje é seu dia natalício.
É originário daqui, de Milão. Talvez o perseguidor já tivesse se afastado ou talvez ainda não tivesse vindo a este lugar, ou fosse mais condescendente. De qualquer modo, Sebastião compreendeu que aqui, ou não haveria luta, ou ela seria insignificante.
Partiu então para Roma, onde por causa da fé havia uma tremenda perseguição. Lá sofreu o martírio, isto é, lá foi coroado. Assim, no lugar onde chegara como hóspede, encontrou a morada da eterna imortalidade. Se só houvesse um perseguidor, talvez este mártir não tivesse sido coroado.
Mas o pior é que os perseguidores não são apenas os que se vêem; há também os invisíveis, e estes são muito mais numerosos.
Assim como um único rei perseguidor envia muitas ordens de perseguição, e desse modo em cada cidade ou província há diversos perseguidores, também o diabo envia muitos servos seus para moverem perseguições, não apenas exteriormente mas interiormente, na alma de cada um.
Sobre tais perseguições foi dito: Todos os que querem levar uma vida fervorosa em Cristo Jesus serão perseguidos (2Tm 3,12). Disse todos, sem exceção. Pois quem de fato poderia ser excetuado, se até o próprio Senhor suportou os tormentos das perseguições?
Quantos há que, às ocultas, todos os dias, são mártires de Cristo e proclamam que Jesus é o Senhor! O apóstolo Paulo, testemunha fiel de Cristo, conheceu este martírio, pois afirmou: A nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência (2Cor 1,12).

SÃO FABIANO, PAPA E MÁRTIR

 
Foi eleito bispo da Igreja de Roma em 236. Recebeu a coroa do martírio em 250, no início da perseguição de Décio, segundo afirma São Cipriano. Foi sepultado no cemitério de Calisto.
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Segunda leitura 
 
Das Cartas de São Cipriano, bispo e mártir e da Igreja de Roma sobre o martírio de São Fabiano, papa 
 
(Ep. 9,1.8,2-3: CSEL 3,488-489.487-488) 
 
(Séc. III) 
 
Fabiano é para nós um exemplo de fé e fortaleza 
 
Ao tomar conhecimento da morte do Papa Fabiano, São Cipriano enviou aos presbíteros e diáconos de Roma a seguinte carta:
“Quando era ainda incerta entre nós a notícia da morte desse homem justo, meu companheiro no episcopado, recebi de vós, caríssimos irmãos, a carta que me enviastes pelo subdiácono Cremêncio; por ela fiquei completamente a par da sua gloriosa morte. Muito me alegrei, porque a integridade do seu governo foi coroada com um fim tão nobre.
Por isso, quero congratular-me convosco, por terdes honrado a sua memória com um testemunho tão esplêndido e tão ilustre. Destes-nos a conhecer a lembrança gloriosa que conservais de vosso pastor, que é para nós um exemplo de fé e fortaleza.
Realmente, assim como é um precedente pernicioso para os seguidores a queda daquele que os preside, pelo contrário, é útil e salutar o testemunho de um bispo que dá aos irmãos o exemplo de firmeza na fé”.
Mas, parece que, antes de receber esta carta, a Igreja de Roma dera à Igreja de Cartago testemunho da sua fidelidade na perseguição:
“A Igreja permanece firme na fé, embora alguns tenham caído, seja porque impressionados com a repercussão suscitada por serem pessoas ilustres, seja porque vencidos pelo medo dos homens. Todavia, nós não os abandonamos, embora tenham se separado de nós. Antes, os encorajamos e aconselhamos a fazerem penitência, para que obtenham o perdão daquele que pode concedê-lo. Pois se perceberem que foram abandonados por nós, talvez se tornem piores.
Vede, portanto, irmãos, como deveis proceder também vós: se corrigirdes com vossas exortações aqueles que caíram, e eles forem novamente presos, proclamarão a fé para reparar o erro anterior. Igualmente vos lembramos outros deveres que haveis de levar em conta: se aqueles que caíram nesta tentação começarem a tomar consciência de sua fraqueza, se se arrependerem do que fizeram e desejam voltar à comunhão da Igreja, devem ser ajudados. As viúvas e os indigentes que não podem valer-se a si mesmos, os encarcerados ou os que foram afastados para longe de suas casas, devem ter quem os ajude. Do mesmo modo, os catecúmenos que estão presos não devem se sentir desiludidos na sua esperança de ajuda.
Saúdam-vos os irmãos que estão presos, os presbíteros e toda a Igreja de Roma que, com a maior solicitude, vela sobre todos os que invocam o nome do Senhor. E também pedimos que vos lembreis de nós.

Segunda-feira da 2ª semana do Tempo Comum


Da Carta aos Efésios, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir 
 
(Nn. 13-18,1: Funk 1, 183-187) 
 
(Séc. I) 
 

Tende fé em Cristo e caridade 
 
Esforçai-vos por vos reunir mais frequentemente para dar graças a Deus e louvá-lo. Pois quando vos congregais com maior frequência, as forças de Satanás são abaladas e pela concórdia de vossa fé é vencida a morte que ele traz consigo. Nada é preferível à paz que acaba com toda guerra, celeste e terrena. Nada vos faltará, se tiverdes em Jesus Cristo perfeita fé e caridade, que são o princípio e o termo da vida: o princípio é a fé; a caridade, o termo. As duas, bem unidas, são o próprio Deus; tudo o mais que pertença à perfeição humana lhes está ligado. Ninguém que professe a fé pode pecar, nem o que possui a caridade consegue odiar. Conhece-se a árvore por seus frutos. Igualmente, o que se declara de Cristo, será reconhecido por suas obras. Não se trata agora de declarações, mas de perseverança na virtude da fé até o fim. Melhor é calar-se e ser do que falar e não ser. Coisa boa é ensinar, se quem diz o pratica. Pois só um é o mestre que disse e tudo foi feito; mas também, tudo quanto ele fez em silêncio é digno do Pai. Quem possui a palavra de Jesus pode, em verdade, ouvir o seu silêncio, a fim de ser perfeito, agir como fala e ser conhecido quando silencia. Ao Senhor nada se esconde, até nossos segredos mais íntimos que lhe estão próximos. Façamos, então, todas as coisas, em sua presença, visto que somos os seus templos. Que ele seja em nós o nosso Deus, ele que é e aparecerá a nossos olhos na justa medida do nosso amor. Não vos enganeis, meus irmãos, os perturbadores da família não herdarão o reino de Deus. Se pereceram aqueles que assim agiam, segundo a carne, quanto mais aquele que corromper a fé em Deus com doutrinas falsas, pela qual Jesus Cristo foi crucificado? Este tal, tornado impuro, irá para o fogo inextinguível, juntamente com quem o escutar. Na cabeça o Senhor recebeu a unção do óleo para que a Igreja espalhe o perfume da incorrupção. Não aceiteis a unção de péssimo odor da doutrina do príncipe deste mundo. Que não aconteça levar-vos cativos para longe da vida prometida! Por que não somos todos verdadeiramente prudentes, nós, os que recebemos o conhecimento de Deus, isto é, Jesus Cristo? Por que loucamente perecer, por não reconhecermos o dom enviado pelo Senhor?
Meu espírito está pregado na cruz, escândalo para os incrédulos, salvação e vida eterna para nós.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Domingo da 2ª semana do Tempo Comum


Da Carta aos Efésios, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir
(Nn. 2,2-5,2: Funk 1, 175-177) 
 

(Séc. I) 
 


Na concórdia da unidade 
 
De todos os modos vos convém glorificar a Jesus Cristo que vos glorifica, para que, perfeitamente unidos na obediência, sujeitos ao bispo e ao presbitério, vos santifiqueis em tudo.
Não vos dou ordens, como se fosse alguém. Mesmo carregado de cadeias por causa do nome de Cristo, ainda não sou perfeito em Jesus Cristo. Só agora começo a ser discípulo e vos falo como a condiscípulos. Eu é que deveria ser ungido por vossa fé, exortações, paciência, serenidade. A caridade, porém, não me permite calar a vosso respeito; resolvi por isto adiantar-me e exortar-vos a serdes bem unidos ao pensamento de Deus. Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai, da mesma forma como os bispos, em toda a extensão da terra, são o pensamento de Jesus Cristo.
Convém, pois, que vos encontreis com o pensamento do bispo, como aliás já o fazeis. Na verdade, vosso inesquecível presbitério, digno de Deus, está unido ao bispo como as cordas à cítara. Deste modo, em vosso consenso e caridade, ressoa Jesus Cristo. Cada um de vós, igualmente, forme um coro, uníssono na concórdia, recebendo a melodia de Deus na unidade, para cantardes a uma só voz por Jesus Cristo ao Pai. Este vos ouvirá e reconhecer-vos-á por vossa atitude como membros de seu Filho. É, na verdade, útil para vós estar na imaculada unidade, a fim de que participeis sempre de Deus.
Se eu, em tão curto tempo, fiz tão grande amizade, não humana mas espiritual, com vosso bispo, como vos considero felizes por lhe estardes unidos à semelhança da Igreja a Jesus Cristo e como Jesus Cristo ao Pai; para que de tudo resulte a unidade! Ninguém se engane: se alguém não estiver junto do altar, ficará privado do pão de Deus. Se a oração de um ou dois tem tamanha força, quanto mais a oração do bispo e de toda a Igreja!