sábado, 31 de julho de 2021

Santo Inácio de Loyola, presbítero

 Memória

Nasceu em Loyola na Cantábria (Espanha), em 1491; viveu primeiramente na corte e seguiu a carreira militar. Depois, consagrando-se totalmente ao Senhor, estudou teologia em Paris, onde reuniu os primeiros companheiros com quem mais tarde fundou, em Roma, a Companhia de Jesus. Exerceu intensa atividade apostólica não apenas com seus escritos, mas formando discípulos que muito contribuíram para a reforma da Igreja. Morreu em Roma no ano de 1556.

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Segunda leitura

Da Narrativa autobiográfica de Santo Inácio, recolhida de viva voz pelo Padre Luís Gonçalves da Câmara

(Cap.1,5-9:Acta Sanctorum Iulii,7 [1868],647)
(Séc.XVI)

Provai os espíritos a ver se são de Deus
Inácio gostava muito de ler livros mundanos e romances que narravam supostos feitos heróicos de homens ilustres. Assim que se sentiu melhor, pediu que lhe dessem alguns deles, para passar o tempo. Mas não se tendo encontrado naquela casa nenhum livro deste gênero, deram-lhe um que tinha por título A vida de Cristo e outro chamado Florilégio dos Santos, ambos escritos na língua pátria.

Com a leitura freqüente desses livros, nasceu-lhe um certo gosto pelos fatos que eles narravam. Mas, quando deixava de lado essas leituras, entregava seu espírito a lembranças do que lera outrora; por vezes ficava absorto nas coisas do mundo, em que antes costumava pensar.

Em meio a tudo isto, estava a divina providência que, através dessas novas leituras, ia dissipando os outros pensamentos. Assim, ao ler a vida de Cristo nosso Senhor e dos santos, punha-se a pensar e a dizer consigo próprio: “E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?” E refletia longamente em coisas como estas.

Mas sobrevinham-lhe depois outros pensamentos vazios e mundanos, como acima se falou, que também se prolongavam por muito tempo. Permaneceu nesta alternância de pensamentos durante um tempo bastante longo. Contudo, nestas considerações, havia uma diferença: quando se entretinha nos pensamentos mundanos, sentia imenso prazer; mas, ao deixá-los por cansaço, ficava triste e árido de espírito. Ao contrário, quando pensava em seguir os rigores praticados pelos santos, não apenas se enchia de satisfação, enquanto os revolvia no pensamento, mas também ficava alegre depois de os deixar.

No entanto, ele não percebia nem avaliava esta diferença, até o dia em que se lhe abriram os olhos da alma, e começou a admirar-se desta referida diferença. Compreendeu por experiência própria que um gênero de pensamentos lhe trazia tristeza, e o outro, alegria. Foi esta a primeira conclusão que tirou das coisas divinas. Mais tarde, quando fez os Exercícios Espirituais, começou tomando por base esta experiência, para compreender o que ensinou sobre o discernimento dos espíritos.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

31/jul/21, Sábado da 17ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 356



Título: 

Tudo se faça em honra de Deus



Fonte: 

Da Epístola a Policarpo, por Santo Inácio de Antioquia, bispo



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São Pedro Crisólogo, bispo e doutor da Igreja

 Nasceu por volta do ano 380, em Forum de Cornélio (Ímola), na Emília, e ali fez parte de seu clero. Em 424, eleito bispo de Ravena, instruiu por sermões e atos seu rebanho, ao qual se dedicou sem medida. Morreu pelo ano de 450.

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Segunda leitura

Dos Sermões de São Pedro Crisólogo, bispo

(Sermo 148: PL 52, 596-598)
(Séc. V)

O mistério da encarnação
Se uma virgem concebe, virgem dá à luz e permanece virgem; isto não é costume, mas um sinal; não é normal, mas virtude, é o Criador, não a natureza; não é comum, mas único; é divino, não humano. Que Cristo nascesse não veio de uma necessidade, mas de seu poder; foi o mistério da piedade, a reparação da salvação humana. Quem, sem nascimento, fez o homem da argila intacta, nascendo, fez um homem, de um corpo intacto. As mãos que se dignaram pegar no barro para nos plasmar, também se dignaram assumir a carne para nossa recriação. Por conseguinte, se o Criador se encontra em sua criatura, se Deus está na carne, é honra para a criatura, não é injúria para o Criador.
Homem, por que és tão vil a teus olhos, tu que és tão precioso para Deus? Por que, tão honrado por Deus, te desonras a ti mesmo deste modo? Por que indagas donde foste feito e não te preocupas para o que foste feito? Esta casa do mundo que vês, não foi toda ela feita para ti? A luz que te foi dada afasta as trevas que te cercam; por tua causa, foi regulada a noite, medido o dia; para ti o céu, com os vários fulgores do sol, da lua, das estrelas, se irradia, para ti a terra se embeleza de flores, de bosques, de frutos; para ti foi criada no ar, nos campos, na água, linda multidão formada de animais estupendos, para que a triste solidão não perturbasse a alegria do novo mundo.
O Criador ainda imagina algo mais para tua honra: põe em ti sua imagem, para que a imagem visível torne presente na terra o invisível Criador; e te colocou no mundo como seu representante, para que tão vasto domínio do universo não fosse lesado por esse representante do Senhor. Aquilo que por si mesmo fez em ti, Deus, com clemência assumiu em si; e quis ser verdadeiramente visto no homem, em quem antes apenas aparecia em imagem. Concedeu que fosse a realidade quem antes recebera ser a semelhança.
Nasce, portanto, Cristo, a fim de por seu nascimento tornar de novo íntegra a natureza; aceita a infância, sujeita-se a ser nutrido, cresce pelo passar dos anos, para renovar a idade una, perfeita e eterna, que ele mesmo fizera; traz em si o homem, de forma a não mais poder cair; a quem fizera terreno, fá-lo celeste; ao animado apenas pelo espírito humano, vivifica pelo espírito divino; e assim leva-o todo para Deus, de modo que nada de pecado, de morte, de sofrimento, de dores, tudo de terreno, nada reste, pelo dom de nosso Senhor Jesus Cristo, que com o Pai vive e reina na unidade do Espírito Santo, Deus, agora e sempre pelos séculos infinitos. Amém.

quinta-feira, 29 de julho de 2021

30/jul/21, Sexta-feira da 17ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 354



Título: 

É-nos preciso, por causa de Deus, tudo suportar para que ele também nos suporte



Fonte: 

Início da Epístola a Policarpo, de santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir



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Santa Marta

 Memória

Era irmã de Maria e de Lázaro. Quando recebia o Senhor em sua casa de Betânia, servia-o com muita solicitude. Com suas preces, obteve a ressurreição do irmão.

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Segunda leitura

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 103, 1-2. 6: PL 38, 613.615)
(Séc.V)

Felizes os que mereceram receber a Cristo em sua casa
As palavras de nosso Senhor Jesus Cristo nos advertem que, em meio à multiplicidade das ocupações deste mundo, devemos aspirar a um único fim. Aspiramos porque estamos a caminho e não em morada permanente; ainda em viagem e não na pátria definitiva; ainda no tempo do desejo e não na posse plena. Mas devemos aspirar, sem preguiça e sem desânimo, a fim de podermos um dia chegar ao fim.

Marta e Maria eram irmãs, não apenas irmãs de sangue, mas também pelos sentimentos religiosos. Ambas estavam unidas ao Senhor; ambas, em perfeita harmonia, serviam ao Senhor corporalmente presente. Marta o recebeu como costumam ser recebidos os peregrinos. No entanto, era a serva que recebia o seu Senhor; uma doente que acolhia o Salvador; uma criatura que hospedava o Criador. Recebeu o Senhor para lhe dar o alimento corporal, ela que precisava do alimento espiritual. O Senhor quis tomar a forma de servo e, nesta condição, ser alimentado pelos servos, por condescendência, não por necessidade. Também foi por condescendência que se apresentou para ser alimentado. Pois tinha assumido um corpo que lhe fazia sentir fome e sede.

Portanto, o Senhor foi recebido como hóspede, ele que veio para o que era seu, e os seus não o acolheram. Mas, a todos que o receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,11-12). Adotou os servos e os fez irmãos; remiu os cativos e os fez co-herdeiros. Que ninguém dentre vós ouse dizer: Felizes os que mereceram receber a Cristo em sua casa! Não te entristeças, não te lamentes por teres nascido num tempo em que já não podes ver o Senhor corporalmente. Ele não te privou desta honra, pois afirmou: Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes (Mt 25,40).

Aliás, Marta, permite-me dizer-te: Bendita sejas pelo teu bom serviço! Buscas o descanso como recompensa pelo teu trabalho. Agora estás ocupada com muitos serviços, queres alimentar os corpos que são mortais, embora sejam de pessoas santas. Mas, quando chegares à outra pátria, acaso encontrarás peregrinos para hospedar? encontrarás um faminto para repartires com ele o pão? um sedento para dares de beber? um doente para visitar? um desunido para reconciliar? um morto para sepultar? Lá não haverá nada disso. Então o que haverá? O que Maria escolheu: lá seremos alimentados, não alimentaremos. Lá se cumprirá com perfeição e em plenitude o que Maria escolheu aqui: daquela mesa farta, ela recolhia as migalhas da palavra do Senhor. Queres realmente saber o que há de acontecer lá? É o próprio Senhor quem diz a respeito de seus servos: Em verdade eu vos digo: ele mesmo vai fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá (Lc 12,37).

quarta-feira, 28 de julho de 2021

29/jul/21, Quinta-feira da 17ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 352



Título: 

A Igreja, esposa de Cristo



Fonte: 

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo



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terça-feira, 27 de julho de 2021

28/jul/21, Quarta-feira da 17ª semana do Tempo Comum


Podcast Ofício das Leituras nº 350



Título: 

Igreja ou convocação do povo de Deus



Fonte: 

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo



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segunda-feira, 26 de julho de 2021

27/jul/21, Terça-feira da 17ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 348



Título: 

Semeai para vós mesmos na justiça



Fonte: 

Das Homilias de São Basílio Magno, bispo



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São Joaquim e Santa Ana, pais de Nossa Senhora

 Memória


Segundo uma antiga tradição, já conhecida no século II, assim eram chamados os pais da Santíssima Virgem Maria. O culto a Sant’ Ana, prestado no Oriente desde o século VI, difundiu-se pelo Ocidente no século X. Mais recentemente, São Joaquim passou também a ser venerado.
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Segunda leitura

Dos Sermões de São João Damasceno, bispo

(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670)

(Séc.VIII)

Vós os conhecereis pelos seus frutos

Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).

Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.

Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz (Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é: Anjo do grande conselho, salvação do mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.

Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez: Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.

Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.

Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.

domingo, 25 de julho de 2021

26/jul/21, Segunda-feira da 17ª semana do Tempo Comum



Podcast Ofício das Leituras nº 346



Título: 

A Misericórdia Divina e a humana



Fonte: 

Dos Sermões de São Cesário de Arles, bispo



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São Tiago maior, apóstolo

 Festa

Nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente aos principais milagres realizados por Cristo. Foi morto por Herodes, cerca do ano 42. É venerado com grande devoção em Compostela (Espanha), onde se ergue uma célebre basílica dedicada a seu nome.

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Segunda leitura

Das Homilias sobre Mateus, de São João Crisóstomo, bispo

(Hom. 65,2-4:PG58,619-622)

(Séc.IV)

Participantes da paixão de Cristo
Os filhos de Zebedeu pedem a Cristo: Deixa-nos sentar um à tua direita e outro, à tua esquerda (Mc 10,37). Que resposta lhes dá o Senhor? Para mostrar que no seu pedido nada havia de espiritual, e se soubessem o que pediam não teriam ousado fazê-lo, diz: Não sabeis o que estais pedindo (Mt 20,22), isto é, não sabeis como é grande, admirável e superior aos próprios poderes celestes aquilo que pedis. Depois acrescenta: Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? (Mt 20,22). É como se lhes dissesse: “Vós me falais de honras e de coroas; eu, porém, de combates e de suores. Não é este o tempo das recompensas, nem é agora que minha glória há de se manifestar. Mas a vida presente é de morte violenta, de guerra e de perigos”.

Reparai como o Senhor os atrai e exorta, pelo modo de interrogar. Não perguntou: “Podeis suportar os suplícios? podeis derramar vosso sangue? Mas indagou: Por acaso podeis beber o cálice? E para os estimular, ainda acrescentou: que eu vou beber? Assim falava para que, em união com ele, se tornassem mais decididos. Chama sua paixão de batismo, para dar a entender que os sofrimentos haviam de trazer uma grande purificação para o mundo inteiro. Então os dois discípulos lhe disseram: Podemos (Mt 20,22). Prometem imediatamente, cheios de fervor, sem perceber o alcance do que dizem, mas com a esperança de obter o que pediam.

Que afirma o Senhor? De fato, vós bebereis do meu cálice (Mt 20,23), e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado (Mc 10,39). Grandes são os bens que lhes anuncia, a saber: “Sereis dignos de receber o martírio e sofrereis comigo; terminareis a vida com morte violenta e assim participareis da minha paixão”. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou (Mt 20,23). Somente depois de lhes ter levantado os ânimos e de tê-los tornado capazes de superar a tristeza é que corrigiu o pedido que fizeram.

Então os outros dez discípulos ficaram irritados contra os dois irmãos
 (Mt 20,24). Vedes como todos eles eram imperfeitos, tanto os que tentavam ficar acima dos outros, como os dez que tinham inveja dos dois? Mas, como já tive ocasião de dizer, observai-os mais tarde e vereis como estão livres de todos esses sentimentos. Prestai atenção como o mesmo apóstolo João, que se adianta agora por este motivo, cederá sempre o primeiro lugar a Pedro, quer para usar da palavra, quer para fazer milagres, conforme se lê nos Atos dos Apóstolos. Tiago, porém, não viveu muito mais tempo. Desde o princípio, pondo de parte toda aspiração humana, elevou-se a tão grande santidade que bem depressa recebeu a coroa do martírio.