quinta-feira, 28 de outubro de 2021

SÃO SIMÃO E SÃO JUDAS, APÓSTOLOS

 Festa

O nome de Simão figura em undécimo lugar na lista dos Apóstolos. Dele se sabe apenas que nasceu em Caná e que tinha o denominativo de “Zelotes”. Judas, de sobrenome Tadeu, é o Apóstolo que na Última Ceia perguntou ao Senhor por que razão se manifestava aos seus discípulos e não ao mundo (Jo 14,22).
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Segunda leitura

Do Comentário sobre o Evangelho de João, de São Cirilo de Alexandria, bispo

(Lib. 12,1: PG 74,707-710)
(Séc. V)

Como o Pai me enviou, também eu vos envio
Nosso Senhor Jesus Cristo designou guias e doutores do mundo e dispensadores de seus divinos mistérios. Semelhantes a lâmpadas, ordenou-lhes que esclarecessem e iluminassem não apenas o país dos judeus, mas todos os que existem sob o sol e em todo o universo, os homens e habitantes da terra. É verdadeiro aquele que disse: Ninguém se arroga esta honra, mas quem foi chamado por Deus (Hb 5,4). Pois nosso Senhor Jesus Cristo chamou ao nobilíssimo apostolado, antes de todos os outros, os seus discípulos.

Os santos Apóstolos foram colunas e firmamento da verdade. A eles diz que os envia da mesma forma como foi enviado pelo Pai. Mostrou assim, ao mesmo tempo, a dignidade do apóstolo e a glória incomparável do poder que lhe foi dado; como também, parece-me, sugerindo a meta da vida apostólica.

Pois, se julgava que devia enviar seus discípulos do mesmo modo como o Pai o enviara, como não se seguiria necessariamente que seus futuros imitadores iriam conhecer a que fim o Pai enviara o Filho? Por isto, declarando em vários lugares a finalidade de sua missão, dizia: Não vim chamar os justos, mas os pecadores para a conversão (cf. Mt 9,13). E também: Desci do céu não para fazer minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Deus não enviou seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele (Jo 3,17). Resumindo assim, em poucas palavras, o objetivo do apostolado, diz que foram enviados por ele, como ele o fora pelo Pai e soubessem ter recebido a missão de chamar os pecadores à conversão; de curar os doentes de corpo e de espírito; de não procurar, no ministério, sua vontade, mas a daquele por quem foram enviados; e de salvar o mundo por sua doutrina. Não será difícil saber quanto os santos apóstolos se esforçaram por bem realizar todas estas tarefas, se leres os escritos dos Atos dos Apóstolos e de São Paulo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

SANTO ANTÔNIO DE SANT'ANA GALVÃO

 Memória


Frei Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em 1739 em Guaratinguetá, São Paulo. Aos treze anos Antônio foi mandado pelo pai para uma formação cultural e religiosa, a estudar no Seminário dos Padres Jesuítas, no colégio de Belém na Bahia onde jà se encontrava seu irmão José. Estudou com proveito e progrediu na prática, mas em 1756, pela perseguição contra a ordem dos Jesuítas foi fechado este seminário e Antônio decidiu entrar no convento franciscano em Taubaté. Com 21 anos entrou no noviciado do convento São Boaventura em Macacu, onde adotou pela sua vida religiosa o nome de Sant’Anna Galvão, em homenagem à Santa. Em 16 de Abril de 1761 obteve os votos. Um ano depois, quando tinha 23 anos e apesar da sua jovem idade, foi ordenado sacerdote.

Sucessivamente foi enviado ao convento de São Francisco em São Paulo onde terminou os estudos de filosofia e teologia. Um dos primeiros atos de Frei Galvão como sacerdote, foi aquele de fazer a sua consagração como "Servo e escravo" de Nossa Senhora, ato que assinou com o próprio sangue no dia 9 de novembro de 1766. Em 1769-70 foi nominado confessor de um "Recolhimento" de pias mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa" em São Paulo. Frei Galvão rezava, confessava, aconselhava, tratava os doentes, expandia a sua fama de santo.

Com o passar do tempo a saúde enfraquece e obtém uma permissão de deixar o convento franciscano e de morar definitivamente no Recolhimento que era a sua obra. Morreu no dia 23 de dezembro de 1822 assistido pelo Padre guardião e pelos outros irmãos. O corpo foi sepulto na igreja do "Recolhimento da Luz", a pedido das freiras e do povo.
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Segunda leitura

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa

 (Lib. 2, hom. 36, 11-13:PL76,1272-1274)
(Séc.V)


No mundo, mas não do mundo 


 Desejaria exortar-vos a deixar tudo, mas não me atrevo. Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam. Tudo o que possuís esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terrenas, sendo por elas dominados.

Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do vosso peregrinar. Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar.

Extirpemos radicalmente os vícios, não só das nossas ações mas também dos pensamentos. Que o prazer da carne, o ardor da cobiça e o fogo da ambição não nos afastem da Ceia do Senhor!

Até as coisas boas que realizamos no mundo, não nos apeguemos a elas, de modo que as coisas agradáveis sirvam ao nosso corpo sem prejudicar o nosso coração.

Por isso, irmãos, não ousamos dizer-vos que deixeis tudo. Entretanto, se o quiserdes, mesmo possuindo-as, deixareis todas as coisas se tiverdes o coração voltado para o alto. Pois quem põe a serviço da vida todas as coisas necessárias, sem ser por elas dominado, usa do mundo como se dele não usasse. Tais coisas estão ao seu serviço, mas sem perturbar o propósito de quem aspira às do alto. Os que assim procedem têm à sua disposição tudo o que é terreno, não como objeto de sua ambição, mas de sua utilidade. Por conseguinte, nada detenha o desejo do vosso espírito, nenhuma afeição vos prenda a este mundo.

Se amarmos o que é bom, deleite-se o nosso espírito com bens ainda melhores, isto é, os bens celestes. Se tememos o mal, ponhamos diante dos olhos os males eternos. Desse modo, contemplando na eternidade o que mais devemos amar e o que mais devemos temer, não nos deixaremos prender ao que existe na terra.

Para assim procedermos, contamos com o auxílio do Mediador entre Deus e os homens. Por meio dele logo obteremos tudo, se amarmos realmente aquele que, sendo Deus, vive e reina com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.



domingo, 24 de outubro de 2021

SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET, BISPO

 Nasceu em Sallent (Espanha) no ano 1807. Ordenado sacerdote, percorreu a Catalunha pregando ao povo durante vários anos. Fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Coração Imaculado de Maria (Claretianos). Nomeado bispo para a ilha de Cuba, aí alcançou singulares méritos, trabalhando pela salvação das almas. Depois de regressar à Espanha, ainda teve de suportar muitos trabalhos em favor da Igreja. Morreu em Fontfroide (França) no ano 1870.

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Segunda leitura

Das Obras de Santo Antônio Maria Claret, bispo

(L’Egoismo vinto, Romae 1869,60)
(Séc. XIX)

O amor de Cristo nos impele 


Impelidos pelo fogo do Espírito Santo, os apóstolos percorreram o orbe da terra. Incendiados do mesmo fogo, os missionários apostólicos chegaram, chegam e chegarão até o fim do mundo, de um extremo da terra a outro, para anunciar a palavra de Deus, podendo, assim, com justiça dizer de si mesmos as palavras do apóstolo Paulo: O amor de Cristo nos impele (2Cor 5,14).

A caridade de Cristo estimula, incita-nos a correr e voar com as asas do santo zelo. Quem ama a Deus de verdade, também ama o próximo. O verdadeiro zeloso é o mesmo que ama, mas em grau maior, conforme o grau de amor: quanto mais arde de amor, tanto mais é impelido pelo zelo. Se alguém não tem zelo, testemunha por isto que em seu coração o amor, a caridade se extinguiu. Quem tem zelo, deseja e faz as maiores coisas e se esforça para que Deus seja sempre mais conhecido, amado e servido nesta e na outra vida, já que este amor sagrado não tem fim. O mesmo faz com o próximo: sua ambição e esforço são para que na terra todos estejam contentes, e na pátria celeste felizes e ditosos; que todos se salvem, nenhum pereça eternamente nem ofenda a Deus, nem permaneça mesmo por breve instante no pecado. É isto que vemos nos santos apóstolos e em todos os que são movidos pelo espírito apostólico.

A mim mesmo eu digo: Um filho do Imaculado Coração de Maria é aquele que arde de caridade e, por onde quer que passe, incendeia; que deseja eficazmente, por todos os meios, que todos os homens se inflamem com o fogo do amor divino. Não se amedronta com coisa alguma; goza com as privações; vai ao encontro dos trabalhos; abraça as tristezas; nas calúnias está contente; alegra-se nos tormentos; pensa unicamente em como seguir e imitar Jesus Cristo, rezando, trabalhando, sofrendo sempre e unicamente preocupado com a glória e a salvação dos homens.