Terça-feira da 28ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Das Instruções de São Columbano, abade
(Instr. De compunctione, 12,2-3: Opera, Dublin 1957, pp. 112-114)
(Séc. VII)
Luz perene no templo do Pontífice eterno
Que felizes, que ditosos aqueles servos que o Senhor ao voltar encontrar vigilantes! (Lc 12,37). Preciosa vigília pela qual se mantém alerta para Deus, criador do universo, que tudo penetra e tudo supera!
Oxalá
também a mim, embora vil, mas, seu mínimo servo, se digne de tal forma
sacudir-me do sono da inércia, acender o fogo da caridade divina. Que a
chama de seu amor, o desejo de união com ele cintilem mais que os astros
e sempre arda dentro de mim o fogo divino!
Quem
me dera serem tais os méritos, que minha lâmpada estivesse sempre
acesa, à noite, no templo de meu Senhor, para iluminar todos os que
entram na casa de meu Deus! Senhor, concede-me, eu te rogo, em nome de
Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, aquela caridade que não conhece
ocaso, a fim de que minha lâmpada possa acender-se e jamais se apague.
Arda para mim, ilumine os outros.
Que tu,
Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, te dignes acender nossas lâmpadas, de
modo a refulgirem para sempre em teu templo, receberem perene luz de
ti, que és a luz perene, para iluminar nossas trevas e afugentar de nós
as trevas no mundo.
Entrega, rogo-te, meu
Jesus, Pontífice das realidades eternas, tua luz à minha candeia, para
que por esta luz se manifeste a mim o santo dos santos que te possui,
ali entrando pelos umbrais de teu templo magnífico, e onde somente e sem
cessar eu te veja, te contemple, te deseje. Esteja eu apenas diante de
ti, amando-te, e em face de ti minha lâmpada sempre resplenda, se
abrase.
Suplico tenhas a condescendência
de te mostrares, amado Salvador, a nós que batemos à tua porta para que,
conhecendo-te, só a ti amemos, só a ti desejemos, só em ti meditemos
dia e noite, sempre pensemos em ti. Inspira em nós tanto amor por ti
quanto é justo que sejas, ó Deus, amado e querido. Teu amor invada todo o
nosso íntimo, teu amor nos possua por inteiro, tua caridade penetre em
nossos sentidos todos. Deste modo, não saibamos amar coisa alguma fora
de ti, que és eterno. Uma caridade tamanha que nem as muitas águas do
céu, da terra e do mar jamais a possam extinguir em nós, conforme a
palavra: E as muitas águas não puderam extinguir o amor (Ct 8,7).
Que tudo se realize em nós, ao menos em parte, por teu dom, Senhor nosso, Jesus Cristo, a quem a glória pelos séculos. Amém.
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