Quarta-feira da 27ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Da Carta aos tralianos, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir
(Nn. 8.1-9,2; 11,1-13,3: Funk 1,209-211)
(Séc. I)
Renovai-vos pela fé que é a Carne do Senhor
e pela caridade que é o seu Sangue
Revestindo-vos
de mansidão, regenerai-vos na fé que é a carne do Senhor, e na caridade
que é o sangue de Jesus Cristo. Nenhum de vós tenha algo contra o
próximo. Não deis ensejo aos gentios para não suceder que por causa de
uns poucos insensatos a multidão que pertence a Deus seja ultrajada. Ai daquele por cuja leviandade meu nome é blasfemado no meio de alguns (cf. Is 52,5).
Tapai,
portanto, os ouvidos se alguém vos falar de outra coisa que não seja
Jesus Cristo, que é da família de Davi, filho de Maria. Aquele que
nasceu de verdade, comeu e bebeu, sofreu de verdade sob Pôncio Pilatos,
foi de verdade crucificado e morreu, à vista dos seres celestes,
terrestres e da profundeza da terra. De verdade ressuscitou dos mortos,
ressuscitando-o seu Pai. À sua semelhança, também a nós que nele cremos,
seu Pai nos ressuscitará no mesmo Cristo Jesus, sem o qual não
possuímos a verdadeira vida.
Fugi,
portanto, das más videiras que produzem frutos mortíferos; mal os prove
alguém e logo morrerá. Não são plantas do Pai. Se fossem, apareceriam os
ramos da cruz e seu fruto seria incorruptível. Por esta cruz, Cristo em
sua paixão vos convida a vós que sois seus membros. Porque não pode
nascer a cabeça separada dos membros; já que Deus prometeu a união,
união que é ele próprio.
De Esmirna vos
saúdo juntamente com as Igrejas de Deus que estão comigo e que por tudo
me reanimaram de corpo e de espírito. As cadeias que por Jesus Cristo
carrego na oração para alcançar a Deus, estas cadeias vos imploram.
Permanecei na concórdia e na mútua oração. Convém a cada um de vós,
especialmente aos presbíteros, auxiliar o bispo, em honra do Pai, de
Jesus Cristo e dos apóstolos.
Desejo que
me presteis ouvidos na caridade para não dar, no que escrevo, testemunho
contra vós. Mas orai também por mim. Preciso de vossa caridade na
misericórdia de Deus, para tornar-me digno de obter o quinhão já próximo
e não ser reprovado.
A caridade dos
esmirnenses e dos efésios vos saúda. Em vossas orações fazei memória da
Igreja que está na Síria, da qual não sou digno de trazer o nome, sendo o
último deles. Adeus em Jesus Cristo. Sede obedientes ao bispo como ao
mandamento de Deus, e semelhantemente ao presbitério. E um por um,
amai-vos todos mutuamente com coração indiviso.
Meu
espírito se imola por vós em sacrifício não só neste momento, mas
também quando houver encontrado a Deus. Ainda corro perigo. Mas fiel é o
Pai em Jesus Cristo, para atender a meu pedido e ao vosso. Desejo que
nele sejais encontrados sem mancha.
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