segunda-feira, 2 de agosto de 2021

SANTO EUSÉBIO DE VERCELLI, BISPO

 Memória

 

Nasceu na Sardenha, no princípio do século IV; agregado ao clero de Roma, foi sagrado primeiro bispo de Vercelli, no ano de 345. Pela pregação propagou a doutrina e instituiu a vida monástica em sua diocese. Exilado por causa da fé pelo imperador Constâncio, muito padeceu.. Voltando à pátria, lutou corajosamente pela restauração da fé, contra os arianos. Morreu em Vercelli, em 371.

 

Terminei a carreira, guardei a fé

Das cartas de Santo Eusébio de Vercelli

Soube, irmãos caríssimos, que, como é meu desejo, estais são e salvos; e como de repente arrebatado dos confins da terra, qual Habacuc levado pelo anjo a Daniel, assim imaginei ter ido até vós. Cada carta que recebo, cada vez que vejo em vossos escritos vossos rostos e vossa amizade, misturam-se-me as lágrimas com a alegria, e o espírito ávido de ler é dominado pelo pranto; tudo é necessário para que cada sentido, na satisfação do seu desejo, quira se adiantar na prática do amor. Ocupado assim por vários dias, crendo estar a conversar convosco, esquecia-me dos sofrimentos passados. Por isso me inundavam a alegria, a fé inabalável, o amor, os frutos produzidos, e assim mergulhado em tantos e tão grandes bens, julgava-me de súbito não mais em exílio, mas em vossa companhia.

Alegro-me, portanto, irmãos caríssimos, por vossa fé, alegro-me pela salvação que acompanha a fé, alegro-me pelos frutos que produzis não apenas para os de perto, mas também oferecidos aos de longe. Como o agricultor planta uma boa árvore que devido aos frutos não teme o machado, não se sujeita ao fogo, assim também nós não só desejamos ardentemente pôr-nos a serviço de vossa santidade nas coisas materiais, mas entregar nossas vidas por vossa salvação.

Aliás, mal pudemos escrever esta carta, pedindo sempre a Deus que contivesse por momentos os guardas e permitisse que o diácono vos levasse a notícia de nossos trabalhos com algumas felicitações. Por este motivo rogo-vos instantemente guardeis a fé com toda a vigilância, mantenhais a concórdia, pratiqueis a oração, lembrando-vos de nós incessantemente para que o Senhor se digne libertar sua Igreja que sofre no mundo todo e para que nós, oprimidos, possamos, libertos, regozijar-nos convosco.

Peço ainda e rogo pela misericórdia de Deus, que cada um encontre expressa nesta carta uma saudação pessoal. Porque, obrigado pela necessidade, não pude escrever a um por um como costumava; nesta dirijo-me a todos vós, irmãos, e também às santas irmãs, filhos e filhas; a todo sexo, toda idade suplico que, contentes com esta mensagem, quirais saudar em nosso nome também aqueles de fora que se dignam mostrar-nos amizade.


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