segunda-feira, 5 de julho de 2021

Santo Antônio Maria Zacaria, presbítero

 Nasceu em Cremona, na Lombardia, em 1502; estudou medicina em Pádua e, recebido o sacerdócio, fundou a Congregação dos Clérigos de São Paulo, ou Barnabitas, que muito trabalhou pela reforma dos costumes dos fiéis. Morreu em 1539.

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Segunda leitura

  De um Sermão de Santo Antônio Maria Zacaria, presbítero, a seus confrades

(J. A. Gabutio, História Congregationis Clericorum Regularum S. Pauli, 1,8)
(Séc. XVI)

Discípulo do apóstolo Paulo

Nós somos os tolos por causa de Cristo (1Cor 4,10), dizia de si, dos demais apóstolos e de todos os que professam a doutrina cristã e apostólica, o nosso santo guia e santíssimo patrono. Mas isto não é para admirar ou temer, irmãos caríssimos, pois o discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor (Mt 10,24). Quanto aos que se opõem a nós, devemos ter compaixão e amá-los, ao invés de detestá-los e odiá-los; pois fazem mal a si mesmos e atraem o bem sobre nós; contribuem para alcançarmos a coroa da glória eterna, ao passo que, sobre si, provocam a ira de Deus. E mais ainda: devemos rezar por eles, e não nos deixarmos vencer pelo mal, mas vencer o mal pelo bem, amontoando atos de piedade como brasas acesas de caridade em cima de suas cabeças (cf. Rm 12,20-21), como ensina nosso apóstolo. Desta maneira, vendo a nossa paciência e mansidão, convertam-se a melhores sentimentos e se inflamem no amor de Deus.
Apesar da nossa indignidade, Deus nos escolheu do mundo por sua misericórdia a fim de que, entregues ao seu serviço, vamos progredindo cada vez mais na virtude; e pela nossa paciência, possamos produzir abundantes frutos de caridade. Assim, alegremo-nos não apenas na esperança da glória dos filhos de Deus, mas também nas tribulações.
Considerai a vossa vocação (cf. 1Cor 1,26), caríssimos irmãos. Se quisermos examiná-la com atenção, veremos facilmente o que ela exige de nós: já que começamos a seguir, embora de longe, os passos dos apóstolos e dos outros soldados de Cristo, não recusemos também participar dos seus sofrimentos. Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, com os olhos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé (Hb 12,1-2).
Nós que escolhemos um tão grande apóstolo como guia e pai, e fazemos profissão de imitá-lo, esforcemo-nos para que a nossa vida seja expressão da sua doutrina e do seu exemplo. Pois não seria conveniente que, sob as ordens de tão insigne chefe, fôssemos soldados covardes e desertores, ou que sejam indignos os filhos de um tão ilustre pai.

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