domingo, 4 de julho de 2021

Santa Isabel de Portugal

 Filha dos reis de Aragão, nasceu em 1271. Ainda muito jovem, foi dada em casamento ao rei de Portugal com quem teve dois filhos. Dedicou-se de modo particular à oração e às obras de misericórdia, e suportou muitas tristezas e dificuldades com grande fortaleza de ânimo. Depois da morte do marido, distribuiu os bens entre os pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Morreu em 1336, quando intermediava um acordo de paz entre seu filho e seu genro.

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Segunda leitura

Do Sermão atribuído a São Pedro Crisólogo, bispo

(De pace: PL 52,347-348)
(Séc. IV)

 Bem-aventurados os que promovem a paz

Diz o evangelista: Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). De fato, as virtudes cristãs florescem naquele que vive a concórdia da paz cristã; e só merecem o nome de filhos de Deus aqueles que promovem a paz.

É a paz, caríssimos, que liberta o homem da sua condição de escravo e lhe dá um nome nobre; que muda a sua condição perante Deus, transformando-o de servo em filho, de escravo em homem livre. A paz entre os irmãos é a realização da vontade de Deus, a alegria de Cristo, a perfeição da santidade, a norma da justiça, a mestra da doutrina, a guarda dos bons costumes e a louvável disciplina em todas as coisas. A paz é a recomendação das nossas orações, o caminho mais fácil e eficaz para as nossas súplicas, a realização perfeita de todos os nossos desejos. A paz é a mãe do amor, o vínculo da concórdia e o claro indício da pureza de coração, capaz de pedir a Deus tudo o que quer; pede tudo quanto quer e recebe tudo o que pede. A paz deve ser garantida pelos mandamentos do rei. É o que diz Cristo nosso Senhor: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14,27). O que quer dizer: Deixei-vos em paz, em paz quero vos encontrar. Ao partir deste mundo, ele quis dar aquilo que deseja encontrar em todos quando voltar.

É um mandamento do céu conservar esta paz que Cristo nos deu. Uma só palavra resume o que ele desejou na despedida: que ao voltar, encontre o que deixou. Plantar e enraizar a paz é obra de Deus; arrancá-la totalmente é coisa do inimigo. Pois, assim como o amor fraterno vem de Deus, assim o ódio vem do demônio. Então devemos condenar o ódio, porque está escrito: Todo aquele que odeia seu irmão é um homicida (1Jo 4,7); conseqüentemente, quem não tem caridade também não possui a Deus.

Irmãos, pratiquemos os mandamentos; são eles que nos dão a vida. Que a nossa fraternidade se mantenha unida pelos laços de uma paz profunda: que ela se fortaleça mediante o vínculo salutar do amor recíproco que cobre uma multidão de pecados. Que este amor fraterno seja a nossa maior aspiração, pois ele pode nos dar todo bem e toda recompensa. A paz deve ser conservada mais do que todas as virtudes, porque onde existe paz, Deus aí está.

Amai a paz e em tudo encontrareis tranqüilidade. Desta maneira, a paz será para nós um prêmio, para vós uma alegria. E a Igreja de Deus, fundada na unidade da paz, se manterá fiel aos ensinamentos de Cristo.

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