terça-feira, 6 de julho de 2021

Santa Maria Goretti, virgem e mártir

 Nasceu em Corinaldo, na Itália, em 1890, de família pobre. Sua meninice, passada nas proximidades de Netuno, foi dura, auxiliando a mãe nos cuidados da casa; sendo piedosa por índole, era assídua na oração. Em 1902, para defender sua castidade contra um agressor, preferiu morrer a desonrar-se e foi coberta de punhaladas.

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Segunda leitura

Da Homilia pronunciada na canonização de Santa Maria Goretti por Pio XII, papa

(AAS 42[1950],581-582)

(Séc. XX)

 Não temerei mal algum, porque tu estás comigo 

Todos conhecem o terrível combate que esta virgem indefesa teve de travar. Contra ela, levantou-se subitamente uma tremenda e cega tempestade que tentou manchar e violar sua candura angélica. Mas, ao ver-se em meio a tão grave situação, ela poderia ter repetido ao divino Redentor as palavras daquele livrinho de ouro, A Imitação de Cristo: “Ainda que eu seja tentada e provada por muitas tribulações, não temerei mal algum; contanto que a vossa graça esteja comigo. Ela é minha força; ela me aconselha e ajuda. É mais poderosa do que todos os inimigos”. Por isso, protegida pela graça celeste, à qual correspondeu com uma vontade forte e generosa, entregou a sua vida, mas não perdeu a glória da virgindade.

Na vida desta humilde mocinha, que esboçamos com leves traços, pode-se ver um espetáculo não apenas digno do céu, mas digno também de ser admirado e respeitado pelas pessoas do nosso tempo. Aprendam os pais e mães de família como é necessário educar com retidão, santidade e firmeza os filhos que Deus lhes deu, e formá-los na obediência aos preceitos da religião católica; de tal modo que, se sua virtude for submetida a dura prova, possam superá-la, saindo dela vencedores, sem feridas e sem manchas, íntegros e incontaminados, com a ajuda da graça divina.

Aprenda a alegre infância, aprenda a ardorosa juventude a não cair tristemente nos volúveis e vazios prazeres da paixão, a não ceder perante as seduções do vício; mas, pelo contrário, a lutar com entusiasmo, mesmo em situações difíceis e espinhosas, para alcançar aquela perfeição cristã de bons costumes. Todos nós podemos atingir de certo modo tal perfeição, com a força de vontade, ajudada pela graça divina, por meio do esforço, do trabalho e da oração.

De fato, nem todos somos chamados a sofrer o martírio; mas todos somos chamados a praticar as virtudes cristãs. A virtude, porém, requer energia; mesmo sem atingir as alturas da fortaleza desta angélica menina, nem por isso obriga menos a um cuidado contínuo e muito atento, que deve ser sempre mantido por nós até o fim da vida. Por isso, semelhante esforço bem pode ser considerado um martírio lento e constante. A isto nos convidam as palavras de Jesus Cristo: O reino dos céus sofre violência, e são os violentos que o conquistam (Mt 11,12).

Esforcemo-nos todos por alcançar este objetivo, confiados na graça do céu. Sirva-nos de estímulo a santa virgem e mártir Maria Goretti. Que ela, da mansão celeste, onde goza da felicidade eterna, interceda por nós junto ao divino Redentor, a fim de que todos, nas condições de vida que são as nossas, sigamos os seus gloriosos passos com generosidade, vontade firme e obras de virtude.

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