João
era discípulo de Jesus, aquele que Jesus amava e que esteve com ele até
a morte na cruz. Era o mais jovem dos apóstolos, pescador e a tradição
delega a ele o texto do quarto evangelho, algumas cartas e o livro do
Apocalipse.
Apesar do temperamento contemplativo, participou de todos momentos da
vida de Jesus, inclusive daqueles momentos mais mportantes como a
ressurreição da filha de Jairo, a transfiguração e a aflição no Monte
das Oliveiras. João esteve na última ceia e aos pés da cruz. Nos Atos
dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Após Pentecostes João
ficou pregando em Jerusalém. Participou do Concílio de Jerusalém, depois
com Pedro se transferiu para a Samaria. Mas logo foi viver em Éfeso,
para onde teria levado também a mãe de Jesus. Nesta cidade organizou
comunidades e foi perseguido.
João morreu e foi sepultado em Éfeso. Tinha aproximadamente noventa anos de idade, após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida por pregar a Palavra de Deus.
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João morreu e foi sepultado em Éfeso. Tinha aproximadamente noventa anos de idade, após muito sofrimento por todas as perseguições que sofreu durante sua vida por pregar a Palavra de Deus.
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Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho,
bispo
(Tract.
1,1.3: PL 35, 1978.1980)
(Séc.
V)
A vida se manifestou em nossa carne
O que era
desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e
as
nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo
1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas
mãos, a não ser porque a Palavra se fez
carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).
A Palavra que se fez carne para ser
tocada
com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi
então que
a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o
princípio. Vede
como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que
acabais de
escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra
estava junto de Deus (Jo 1,1).
Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a
Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos.
Reparai no
que vem em seguida: E a Vida
manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da
Vida.
E como se manifestou esta Vida? Ela
existia
desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se
aos
anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que
diz a
Escritura? O homem se nutriu do pão dos
anjos (Sl 77,25).
Portanto, a Vida se manifestou na carne,
para
que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto
também
com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só
pode ser
visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os
olhos
corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver
a
Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne
que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.
E somos
testemunhas,
diz João, e vos anunciamos a Vida eterna,
que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo
1,2), isto é,
que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi
manifestada.
Isso que vimos
e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3).
Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos
anunciamos. Eles viram o próprio
Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e
no-las
anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.
Somos, por isso, menos felizes do que
eles
que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que
estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós
não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé
comum.
E a nossa
comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos
estas
coisas, diz
João, para que a vossa alegria fique
completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma
comunhão, na
mesma caridade, na mesma unidade.
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