Terça-feira da 31ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II
(Nn. 8 9-90)
(Séc. XX)
A missão dos cristãos na construção da paz
De
bom grado e de todo o coração, cooperem os cristãos na construção de
uma ordem internacional em que sejam realmente observadas as liberdades
legítimas e a amizade fraterna de todos. Tanto mais porque a maior parte
do mundo ainda se debate em tão grande penúria que o próprio Cristo,
nos pobres, como que em alta voz, clama pela caridade de seus
discípulos. Evite-se, pois, de dar este escândalo aos homens: algumas
nações, cujos cidadãos na maioria se gloriam do nome de cristãos, nadam
na abundância de bens, enquanto outras se vêem despojadas do necessário à
vida e são torturadas pela fome, doenças e toda espécie de misérias.
Pois o espírito de pobreza e caridade é a glória e o testemunho da
Igreja de Cristo.
Merecem, portanto,
louvor e apoio os cristãos, sobretudo os jovens, que se oferecem
espontaneamente para prestar auxílio a outros homens e povos. Mais
ainda. É obrigação de todo o Povo de Deus, arrastado pela palavra e pelo
exemplo dos bispos, aliviar na medida de suas forças a miséria dos
tempos atuais e isto, como era costume antigo da Igreja, não só com o
supérfluo, mas também com o essencial.
Não
há necessidade de se observar uma linha rígida e uniforme no sistema de
arrecadar e de distribuir os subsídios. Mas seja bem organizado nas
dioceses, nas nações e no plano mundial, em ação conjugada, sempre que
pareça oportuno, de católicos com os outros irmãos cristãos. Pois o
espírito de caridade, longe de proibir o exercício previdente e ordenado
da ação social e caritativa, antes o impõe. Por isso mesmo é necessário
que sejam devidamente preparados em institutos idôneos, os que
pretendem dedicar-se ao serviço das nações em vias de desenvolvimento.
A
Igreja deve, por conseguinte, estar bem presente à comunidade
internacional para cooperar com os homens e estimulá-los, seja pelas
instituições públicas, seja pela sincera e total colaboração de todos os
cristãos, unicamente inspirada pelo desejo de servir.
Sua
eficácia será tanto maior, se os próprios fiéis, cônscios de suas
responsabilidades humana e cristã, já se esforçarem, no próprio âmbito
de sua vida, por despertar a vontade de cooperar com a comunidade
internacional. Empregue-se a respeito cuidado especial na formação dos
jovens, tanto na educação religiosa quanto na civil.
É
de desejar, enfim, que os católicos, para bem cumprir sua missão na
comunidade internacional, queiram ativa e positivamente colaborar com os
irmãos separados que professam juntos a mesma caridade evangélica, bem
como com os homens sedentos de paz verdadeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário