Sexta-feira da 26ª semana do Tempo Comum
Segunda leitura
Do Tratado sobre a Carta aos Filipenses, do Pseudo-Ambrósio
(PLS 1: 617-618)
(Séc. IV)
Alegrai-vos sempre no Senhor
Caríssimos
irmãos, para nossa salvação a divina misericórdia nos chama às alegrias
da eterna felicidade. Foi isto o que ouvistes há pouco na lição em que o
Apóstolo dizia: Alegrai-vos sempre no Senhor (Fl 4,4). As
alegrias do mundo tendem para a eterna tristeza; mas as que brotam da
vontade do Senhor levam os fiéis, que nelas perseveram, às alegrias
duradouras e eternas. Por isso diz o Apóstolo: De novo digo: Alegrai-vos (Fl 4,4).
Ele
incita a que cada vez mais cresça nossa alegria em Deus e a decisão de
cumprir seus mandamentos. Porque, quanto mais lutarmos neste mundo por
nos sujeitarmos aos preceitos de Deus, nosso Senhor, tanto mais seremos
felizes na vida futura e tanto maior glória alcançaremos diante de Deus.
Seja vossa moderação conhecida por todos
(Fl 4,5); quer dizer, que vosso santo modo de viver se manifeste não
apenas diante de Deus, mas ainda diante dos homens. Seja exemplo de
modéstia e de sobriedade para aqueles que convivem conosco na terra e
deixe uma boa lembrança perante Deus e os homens.
O Senhor está perto; de nada vos inquieteis
(Fl 4,5-6). O Senhor está sempre perto daqueles que o invocam na
verdade, com fé integra, esperança firme, caridade perfeita. Ele sabe do
que precisais, antes mesmo que o peçais. Está sempre pronto a vir em
auxílio dos que o servem fielmente, em qualquer necessidade sua.
Por
conseguinte, não temos de preocupar-nos demais com as dificuldades
iminentes, porque sabemos estar próximo Deus, nosso defensor, conforme
foi dito: O Senhor está junto dos que têm o coração atribulado e
salva os humildes no espírito. Muitas as tribulações dos justos, porém,
de todas elas o Senhor os livrará (Sl 33,19-20). Se nos esforçarmos por realizar e guardar o que ordenou, ele não tardará a nos dar o prometido.
Mas em tudo, por orações e súplicas acompanhadas de ação de graças, apresentai vossos pedidos a Deus
(Fl 4,6): não aconteça que, aflitos, suportemos as tribulações com
murmuração e tristeza. Isto nunca, mas com paciência e de rosto alegre, dando sempre e por tudo graças a Deus (Ef 5,20).
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