terça-feira, 19 de outubro de 2021

SÃO PAULO DA CRUZ, PRESBÍTERO

 Nasceu em Ovada, na Ligúria (Itália), no ano 1694; durante a juventude ajudou a seu pai no comércio. Aspirando à vida de perfeição, renunciou a tudo e dedicou-se ao serviço dos pobres e dos enfermos e associou a si para o mesmo fim vários colaboradores. Ordenado sacerdote, trabalhou cada vez mais intensamente pela salvação das almas, estabelecendo casas da Congregação que tinha fundado (Passionistas), exercendo a atividade apostólica e mortificando-se com duras penitências. Morreu em Roma no dia 18 de outubro de 1775.

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Segunda leitura

Das Cartas de São Paulo da Cruz, presbítero

(Epist. 1,43; 2,440.825)
(Séc. XVIII)

Anunciamos Cristo crucificado 


Coisa excelente e muito santa é pensar e meditar sobre a Paixão do Senhor, pois por este caminho chegamos à união com Deus. Nesta escola tão santa aprende-se a verdadeira sabedoria. Foi aí que todos os santos a estudaram. Quando, pois, a cruz de nosso bom Jesus lançar raízes mais profundas em vosso coração, então cantareis: seja “Sofrer e não morrer”; seja “Ou sofrer ou morrer”, seja, ainda melhor, “Nem sofrer nem morrer, apenas a perfeita conversão à vontade de Deus”.
O amor é força de união e faz seus os tormentos do Bem muito amado. Este fogo vai até à medula, converte o que ama no amado. De modo mais profundo, o amor se mistura à dor, e a dor, ao amor. Há, então, uma mistura de amor e de dor tão estreita que não se pode separar o amor da dor, nem a dor, do amor. Por isto, quem ama se alegra com sua dor, e exulta em seu amor sofredor.
Sede, portanto, constantes na prática de todas as virtudes, imitando, de modo particular, o suave Jesus padecente, porque é isto o cume do puro amor. Procedei de modo que todos reconheçam que trazeis não só interior, mas ainda exteriormente, a imagem de Cristo crucificado, modelo de toda doçura e mansidão. Quem está interiormente unido ao Filho do Deus vivo, revela no exterior sua imagem pelo contínuo exercício da virtude heróica, principalmente pela paciência cheia de força que nem em segredo nem em público se queixa. Portanto, escondei-vos em Jesus crucificado, sem desejar coisa alguma a não ser que todos em tudo aceitem sua vontade.
Verdadeiros amigos do Crucificado, celebrareis sempre no templo interior a festa da cruz, suportando em silêncio, sem vos apoiar em criatura alguma. Uma festa deve ser celebrada na alegria; por isso os que amam o Crucificado irão à festa da cruz com rosto jovial e sereno, suportando calados, de forma que permaneça oculta aos homens, só conhecida pelo sumo Bem. Numa festa há sempre banquete; as iguarias são a vontade divina, a exemplo de nosso Amor crucificado.

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