terça-feira, 28 de setembro de 2021

SÃO VENCESLAU, MÁRTIR

 Nasceu na Boêmia, cerca do ano 907; de uma sua tia paterna recebeu uma sólida formação cristã e assumiu o governo do seu ducado por volta de 925. Suportou muitas dificuldades no governo e na formação cristã de seus súditos. Traído por seu irmão Boleslau, foi morto por uns sicários no ano 935. Foi logo venerado como mártir e escolhido pela Boêmia como seu patrono principal.

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Segunda leitura

Da Primeira Legenda Paleoeslava 

(Edit. M. Weingart, Pragae 1934,974-983)
(Séc. X)

 O trono do rei, que julga os pobres na verdade,
permanecerá firme eternamente
Pela morte de seu pai Bratislau, os habitantes da Boêmia constituíram Venceslau seu príncipe. E pela graça de Deus ele era perfeito. Pois fazia o bem a todos os pobres, vestia os nus, alimentava os famintos, acolhia os peregrinos consoante a palavra evangélica. Não admitia que se causasse dano às viúvas, amava a todos, pobres e ricos, servia os servos de Deus, adornava muitas igrejas.
Mas alguns homens da Boêmia tornaram-se soberbos e persuadiram a Boleslau, seu irmão mais moço, dizendo: “Teu irmão Venceslau, conspirando com a mãe e seus homens, vai te matar”.
Celebrando-se festas da dedicação das igrejas em todas as cidades, Venceslau visitava-as todas. Entrou na cidade de Boleslávia, num domingo, festa de Cosme e Damião. Terminada a missa, quis voltar a Praga. Mas Boleslau, com más intenções, reteve-o dizendo: “Por que te vais embora, irmão?” De manhã, soaram os sinos para o ofício matutino. Ouvindo o som dos sinos, Venceslau disse: “Louvor a ti, Senhor, que me deste viver até esta manhã”. Levantou-se e foi ao ofício matutino.
Boleslau logo o alcançou à porta. Venceslau olhou-o e disse: “Irmão, ontem nos serviste bem”. O demônio inclinou-se ao ouvido de Boleslau e perverteu seu coração; desembainhando a espada, respondeu-lhe: “Vou, agora, servir-te melhor”. Dito isto, feriu-lhe a cabeça com a espada.
Venceslau, voltando-se para ele, disse: “Qual é a tua intenção, irmão?” E agarrando-o, lançou-o por terra. Mas acorreu um dos conselheiros de Boleslau e feriu a mão de Venceslau. Este, com a mão ferida, largou o irmão e refugiou-se na igreja. Contudo dois malfeitores o mataram à porta da igreja. Veio um terceiro e traspassou-lhe o lado com a espada. Vensceslau expirou logo com estas palavras: Em tuas mãos, Senhor, entrego o meu espírito (cf. Sl 30,6).

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