quinta-feira, 27 de maio de 2021

Santo Agostinho de Cantuária, bispo

 SANTO AGOSTINHO DE CANTUÁRIA, BISPO

Era do mosteiro de Santo André, em Roma, quando foi enviado por São Gregório Magno, em 597, à Inglaterra, para pregar o evangelho. Foi bem recebido e ajudado pelo rei Etelberto. Eleito bispo de Cantuária, converteu muitos à fé cristã e fundou várias Igrejas, principalmente no reino de Kent. Morreu a 26 de maio, cerca do ano 605. 


Segunda leitura

Das Cartas de São Gregório Magno, papa

(Lib. 9,36: MGH, 1899, Epistolae, 2,305-306)
(Séc. VI)

A nação dos anglos foi iluminada pela luz da santa fé
Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados
 (Lc 2,14), porque Cristo, o grão de trigo, caiu na terra e morreu para não reinar sozinho no céu. Por sua morte nós vivemos, por sua fraqueza nos fortalecemos, por sua paixão nos libertamos da nossa. Por seu amor, procuramos na Grã-Bretanha irmãos que desconhecíamos; por sua bondade, encontramos aqueles que procurávamos sem conhecer.

Quem será capaz de expressar a enorme alegria que encheu o coração de todos os fiéis, pelo fato de a nação dos anglos, repelindo as trevas do erro, ter sido iluminada pela luz da santa fé? É à ação da graça de Deus todo-poderoso e ao teu ministério, irmão, que devemos isto. Agora com grande fidelidade de espírito calcam aos pés os ídolos que antes adoravam com insensato temor; com pureza de coração, já se prosternam diante de Deus todo-poderoso; obedecendo às normas da santa pregação, abandonam as obras do pecado e aceitam de boa mente os mandamentos de Deus para chegarem a compreendê-lo melhor; inclinam-se profundamente em oração para que o espírito não fique preso à terra. De quem é esta obra? É daquele que disse: Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho (Jo 5,17).

Cristo, para mostrar que o mundo não se converte com a sabedoria dos homens mas com o seu poder, escolheu como seus pregadores, para enviar ao mundo, homens iletrados. O mesmo fez também agora com a nação dos anglos, pois se dignou realizar prodígios por meio de fracos instrumentos.

Mas nesta graça celestial, irmão caríssimo, há muito para nos alegrarmos e também muito para temermos.
Bem sei que o Deus todo-poderoso realizou grandes milagres por meio do teu amor para com esse povo que ele quis escolher. Mas esta graça do céu deve ser para ti causa de alegria e de temor. De alegria, sem dúvida, por veres como as almas dos anglos são conduzidas, por meio dos milagres exteriores até à graça interior; e de temor para que, à vista dos milagres que se realizam, tua fraqueza não se exalte até à presunção, e, enquanto exteriormente és honrado, não caias interiormente na vanglória.

Devemos lembrar-nos de que os discípulos, ao voltarem da pregação cheios de alegria, quando disseram ao divino mestre: Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome (Lc 10,17), ouviram como resposta: Não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu (Lc 10,20).

Nenhum comentário:

Postar um comentário