terça-feira, 17 de setembro de 2019

Ofício das Leituras da Terça-feira da 24ª semana do Tempo Comum


TERÇA-FEIRA

Ofício das Leituras

Primeira leitura
Do Livro do Profeta Ezequiel 8,1-6.16–9,11

Julgamento da pecadora Jerusalém
8,1 No sexto ano, no dia cinco do sexto mês, eu estava sentado em minha casa, com os anciãos de Judá sentados em minha frente. Nisso a mão do Senhor Deus pousou sobre mim. 2Então olhei e vi uma figura com aspecto de homem. Do que parecia ser a cintura para baixo, era de fogo. Da cintura para cima, era como se houvesse uma claridade, como o brilho de ouro incandescente. 3Ele estendeu uma forma de mão que me agarrou pelos cachos dos cabelos. Então o espírito me arrebatou pelos ares e levou-me em êxtase a Jerusalém, até a entrada da porta interna, que dá para o norte, local onde se acha a estátua rival que provoca ciúme. 4E eis que lá estava a glória do Deus de Israel, semelhante à visão que tive na planície. 5Ele me disse: "Filho do homem, levanta os olhos em direção ao norte! Eu levantei os olhos para o norte e vi, ao norte da porta do altar, a estátua rival, logo na entrada. 6Ele me disse: "Filho do homem, vês o que estão fazendo? Vês as grandes abominações que a casa de Israel aqui pratica para me afastar do meu santuário? Mas verás abominações maiores ainda".

16 Depois me introduziu no átrio interior do templo do Senhor. Ali, à entrada da nave do templo do Senhor, entre o vestíbulo e o altar, estavam uns vinte e cinco homens, de costas para a nave do templo do Senhor, e as faces voltadas para o oriente. Eles se prostraram em direção ao oriente, diante do sol. 17Ele me perguntou: "Não viste, filho do homem? Parece pouco para a casa de Israel praticar as abominações que aqui se praticam? Pois além de encherem o país de violência e provocarem sempre de novo minha ira, ei-los ainda metendo o ramo no próprio nariz. 18De minha parte, eu também agirei com furor, sem dó nem piedade. Clamarão a meus ouvidos em altas vozes, mas não os atenderei".

9,1 O Senhor gritou a meus ouvidos, com voz forte: "Aproxima-se o castigo da cidade! Cada um tenha sua arma destruidora na mão! 2Então, eu vi seis homens vindo da porta superior, voltada para o norte, cada qual empunhando uma arma de destruição. Entre eles havia um homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba na cintura. Eles foram colocar-se junto do altar de bronze. 3Então a glória do Deus de Israel elevou-se de cima do querubim sobre o qual estava, em direção à soleira do Templo. E chamou o homem vestido de linho, que levava um estojo de escriba à cintura. 4O Senhor disse-lhe: "Passa pelo meio da cidade, por Jerusalém, e marca com uma cruz na testa os homens que gemem e suspiram por causa de tantos horrores que nela se praticam". 5E escutei o que ele dizia aos outros: "Percorrei a cidade atrás dele e matai sem dó nem piedade. 6Matai velhos, jovens e moças, mulheres e crianças, matai a todos, até ao extermínio. Mas não toqueis em nenhum homem sobre quem estiver a cruz. Começai pelo meu santuário". E eles começaram pelos anciãos que estavam diante do Templo. 7Ele disse-lhe: "Profanai o Templo, enchei os átrios de cadáveres. Ide. E eles saíram para matar na cidade!

8 Enquanto eles matavam, eu fiquei só. Caí com o rosto em terra e gritei: "Ah! Senhor Deus! Vais exterminar todo o resto de Israel, despejando teu furor sobre Jerusalém? 9Ele respondeu-me: "A culpa da casa de Israel e de Judá é muito grave. O país está cheio de crimes de sangue e a cidade repleta de injustiças. Pois eles dizem: "O Senhor abandonou o país, o Senhor não está vendo". 10De minha parte, eu também não terei dó nem piedade. Dou-lhes a paga que merecem". 11Nisso o homem vestido de linho e com o tinteiro à cintura informou dizendo: "Fiz conforme me ordenaste".

Responsório Mt 24,15.21a.22; Ap 7,3

R. Quando virdes o horror de uma vil profanação
do lugar sagrado e santo, haverá grande desgraça.
Caso não tivessem sido encurtados esses dias,
nenhum ser se salvaria;
* Mas serão abreviados por amor dos escolhidos.
V. Não danifiqueis a terra e o mar até que tenhamos
marcado as frontes dos servos de Deus. * Mas serão.

Segunda leitura
Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,4-5: CCL 41,531-533)
(Séc. V)

O exemplo de Paulo
Estando Paulo, certa ocasião, em grande indigência e preso pela proclamação da verdade, alguns irmãos enviaram-lhe com que acudir a suas necessidades. Agradecido, responde-lhes: Fizestes bem provendo-me do necessário. Eu, porém, aprendi a bastar-me em qualquer situação. Sei ter muito e sei passar privações. Tudo posso naquele que me dá forças. No entanto fizestes bem em enviar-me aquilo de que preciso (cf. Fl 4,10-14).

Mas desejando mostrar o que é que lhe interessava neste gesto em seu favor – não houvesse acaso entre eles algum dos que se apascentam a si e não as ovelhas – não se alegra tanto por ter sido socorrido em sua necessidade, quanto se congratula com eles por sua liberalidade. O que procurava então? Diz: Não porque espero dádivas para mim, mas porque busco frutos para vós (Fl 4,17). Não para que me sacie eu, mas para que não fiqueis vazios vós.

Que aqueles que não podem, como Paulo, sustentar-se com o trabalho de suas mãos, aceitem o leite das ovelhas, supram as suas necessidades, mas não descuidem a fraqueza das ovelhas. Não procurem isto para o próprio proveito, como se anunciassem o Evangelho só para atender a sua penúria, mas tenham em mira a luz da palavra da verdade a fim de iluminar os homens. Pois parecem-se com lâmpadas, como foi dito: Estejam vossos rins cingidos e lâmpadas acesas (Lc 12,35); e: Ninguém acende uma lâmpada e a põe debaixo da vasilha, mas sobre o candelabro a fim de iluminar aqueles que estão em casa; assim brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus (Mt 5,15-16).

Se para teu uso acendessem em casa uma lâmpada, não lhe porias mais óleo para não se extinguir? Todavia, se mesmo com óleo a lâmpada não brilhasse, não seria de modo algum digna de ser posta no candelabro, mas logo quebrada. O bastante para viver, por necessidade se aceita, por caridade se dá. Não seja o Evangelho um objeto venal, como se fosse o preço que recebem os que o anunciam para terem com que viver. Se assim o vendem, por uma ninharia vendem uma coisa preciosa. Do povo recebem o sustento necessário; do Senhor, a recompensa de seu ministério. Não é o povo o indicado para dar a recompensa àqueles que servem ao Evangelho na caridade. Estes esperam sua recompensa da mesma fonte de que os outros aguardam a sua salvação.

Por que então são repreendidos? Por que censurados? É que, bebendo o leite e cobrindo-se com a lã, descuravam as ovelhas. Procuravam apenas seu interesse, não o de Jesus Cristo.

Responsório 2Cor 12,14b-15a; Fl 2,17

R. Não procuro os vossos bens,
mas procuro a vós mesmos.
Não são os filhos que entesouram
os bens para os seus pais,
mas os pais, para os seus filhos.
* De bom grado eu me desgasto e muito mais me gastarei
para o bem das vossas vidas.
V. Se meu sangue eu derramar por todos vós, em sacrifício
e em favor de vossa fé, terei muita alegria.
* De bom grado.

Oração

Ó Deus, criador de todas as coisas, volvei para nós o vosso olhar e, para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora

V.
Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

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