segunda-feira, 25 de outubro de 2021

SANTO ANTÔNIO DE SANT'ANA GALVÃO

 Memória


Frei Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em 1739 em Guaratinguetá, São Paulo. Aos treze anos Antônio foi mandado pelo pai para uma formação cultural e religiosa, a estudar no Seminário dos Padres Jesuítas, no colégio de Belém na Bahia onde jà se encontrava seu irmão José. Estudou com proveito e progrediu na prática, mas em 1756, pela perseguição contra a ordem dos Jesuítas foi fechado este seminário e Antônio decidiu entrar no convento franciscano em Taubaté. Com 21 anos entrou no noviciado do convento São Boaventura em Macacu, onde adotou pela sua vida religiosa o nome de Sant’Anna Galvão, em homenagem à Santa. Em 16 de Abril de 1761 obteve os votos. Um ano depois, quando tinha 23 anos e apesar da sua jovem idade, foi ordenado sacerdote.

Sucessivamente foi enviado ao convento de São Francisco em São Paulo onde terminou os estudos de filosofia e teologia. Um dos primeiros atos de Frei Galvão como sacerdote, foi aquele de fazer a sua consagração como "Servo e escravo" de Nossa Senhora, ato que assinou com o próprio sangue no dia 9 de novembro de 1766. Em 1769-70 foi nominado confessor de um "Recolhimento" de pias mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa" em São Paulo. Frei Galvão rezava, confessava, aconselhava, tratava os doentes, expandia a sua fama de santo.

Com o passar do tempo a saúde enfraquece e obtém uma permissão de deixar o convento franciscano e de morar definitivamente no Recolhimento que era a sua obra. Morreu no dia 23 de dezembro de 1822 assistido pelo Padre guardião e pelos outros irmãos. O corpo foi sepulto na igreja do "Recolhimento da Luz", a pedido das freiras e do povo.
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Segunda leitura

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa

 (Lib. 2, hom. 36, 11-13:PL76,1272-1274)
(Séc.V)


No mundo, mas não do mundo 


 Desejaria exortar-vos a deixar tudo, mas não me atrevo. Se não podeis deixar as coisas do mundo, fazei uso delas de tal modo que não vos prendam a ele, possuindo os bens terrenos sem deixar que vos possuam. Tudo o que possuís esteja sob o domínio do vosso espírito, para que não fiqueis presos pelo amor das coisas terrenas, sendo por elas dominados.

Usemos as coisas temporais, mas desejemos as eternas. As coisas temporais sejam simples ajuda para a caminhada, mas as eternas, o termo do vosso peregrinar. Tudo o que se passa neste mundo seja considerado como acessório. Que o olhar do nosso espírito se volte para frente, fixando-nos firmemente nos bens futuros que esperamos alcançar.

Extirpemos radicalmente os vícios, não só das nossas ações mas também dos pensamentos. Que o prazer da carne, o ardor da cobiça e o fogo da ambição não nos afastem da Ceia do Senhor!

Até as coisas boas que realizamos no mundo, não nos apeguemos a elas, de modo que as coisas agradáveis sirvam ao nosso corpo sem prejudicar o nosso coração.

Por isso, irmãos, não ousamos dizer-vos que deixeis tudo. Entretanto, se o quiserdes, mesmo possuindo-as, deixareis todas as coisas se tiverdes o coração voltado para o alto. Pois quem põe a serviço da vida todas as coisas necessárias, sem ser por elas dominado, usa do mundo como se dele não usasse. Tais coisas estão ao seu serviço, mas sem perturbar o propósito de quem aspira às do alto. Os que assim procedem têm à sua disposição tudo o que é terreno, não como objeto de sua ambição, mas de sua utilidade. Por conseguinte, nada detenha o desejo do vosso espírito, nenhuma afeição vos prenda a este mundo.

Se amarmos o que é bom, deleite-se o nosso espírito com bens ainda melhores, isto é, os bens celestes. Se tememos o mal, ponhamos diante dos olhos os males eternos. Desse modo, contemplando na eternidade o que mais devemos amar e o que mais devemos temer, não nos deixaremos prender ao que existe na terra.

Para assim procedermos, contamos com o auxílio do Mediador entre Deus e os homens. Por meio dele logo obteremos tudo, se amarmos realmente aquele que, sendo Deus, vive e reina com o Pai e o Espírito Santo, pelos séculos dos séculos. Amém.



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