segunda-feira, 15 de novembro de 2021

SANTO ALBERTO MAGNO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA

 Nasceu em Lauingen, junto ao Danúbio na Baviera (Alemanha), cerca do ano 1206. Fez os seus estudos em Pádua e em Paris. Entrou na Ordem dos Pregadores e exerceu o magistério em vários lugares com grande competência. Ordenado bispo de Ratisbona, pôs todo o seu empenho em estabelecer a paz entre povos e cidades. É autor de muitas e importantes obras, tanto de ciências sagradas como naturais. Morreu em Colônia no ano 1280.

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Segunda leitura
Do Comentário sobre o Evangelho de Lucas, de Santo Alberto Magno, bispo

(22,19: Opera omnia, Parisiis 1890-1899,23,672-674)
(Séc. XIII)

Pastor e doutor para a edificação do Corpo de Cristo
Fazei isto em minha memória (Lc 22,19): há duas coisas a notar aqui. Primeiro, a ordem de realizar este sacramento com as palavras: Fazei isto. Segundo, que é um memorial do Senhor, quando se encaminhava para a morte por nós. Ele diz, portanto: Fazei isto. Nada mais útil, nada mais suave, mais salutar, amável, mais semelhante à vida eterna poderia ele ordenar. Vamos mostrar um por um estes predicados.

Útil para a remissão dos pecados, e utilíssimo na vida para a plenitude da graça. O Pai dos espíritos nos guia ao que é útil para receber sua santificação. Porque a santificação está em seu sacrifício, isto é, quando se ofereceu no mistério, tanto ao Pai em nosso favor, quanto a nós, para nossa união. Por eles, santifico-me a mim mesmo (Jo 17,19). Cristo, que se ofereceu imaculado a Deus pelo Espírito Santo, purificará nossa consciência das obras mortas para que sirvamos ao Deus vivo (cf. Hb 9,14).

Nada igualmente mais suave. Nada se pode imaginar mais suave do que aquilo onde Deus mostra toda a sua doçura: Concedeste-lhes o pão do céu preparado sem esforço, tendo em si todo o deleite e todo o sabor. Este alimento manifestava tua doçura para com teus filhos, acomodando-se ao gosto de cada um, convertia-se no que cada qual desejava (Sb 16,20-21).

Não poderia também ordenar nada mais salutar. Este sacramento é o fruto da Árvore da vida. Quem o tomar com fé sincera e devota, não provará para sempre a morte. É árvore da vida para quem a alcançar; e feliz quem a possuir (Pr 3,18). Quem me come, viverá por mim (Jo 6,57).

Não pôde ordenar nada mais digno de amor. Pois este sacramento é realização do amor e da união. A maior prova de amor é dar-se a si mesmo como alimento. Diziam os companheiros de minha tenda: Quem nos dará de suas carnes para saciar nossa fome? (Jó 31,31), como se dissesse: tanto os amei e eles a mim, que eu desejava estar em seus corações e eles queriam comer-me para se tornarem membros meus, a mim incorporados. Eles não teriam podido unir-se a mim mais íntima e naturalmente.

Não poderiam, também, determinar nada mais semelhante à vida eterna, pois a continuidade da vida eterna se origina de Deus, que em sua doçura se infunde nos que vivem a felicidade.

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