Nasceu na Toscana e foi eleito bispo da Igreja de Roma, em 523. O rei Teodorico enviou-o a Constantinopla como seu delegado junto ao imperador Justino; ao regressar, Teodorico, descontente com o resultado de sua missão diplomática, mandou prendê-lo e encarcerar em Ravena, onde morreu, em 526.
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição. Pois, à medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo (2Cor 1,3-5).
Estas palavras são do apóstolo Paulo. Por três vezes foi batido com varas, cinco vezes açoitado, uma vez apedrejado até ser deixado como morto; foi perseguido por todo tipo de gente e atormentado por toda espécie de flagelos e sofrimentos, não uma ou duas vezes, mas, como ele mesmo diz em outro lugar: Somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos (2Cor 4,1).
Em todas essas tribulações não murmura nem se queixa de Deus, como costumam fazer os fracos; não se entristece, como aqueles que amam a glória e o prazer; não roga a Deus que o livre dos sofrimentos, como os que não o conhecem e, por isso, recusam deles compartilhar; não os julga pouca coisa, como quem não lhes dá valor; mas, pondo de lado toda ignorância e fraqueza, bendiz a Deus no meio destas aflições e agradece a quem lhas dá. Reconhece nelas não pequena mercê e considera-se feliz por poder sofrer algo, em honra daquele que tantas ignomínias suportou para libertar-nos dos vexames a que estávamos sujeitos pelo pecado. Por seu Espírito e pela adoção de filhos de Deus, ele nos cobriu de beleza e de honra, dando-nos também o penhor e a garantia de gozarmos com ele e por ele no céu.
Oh! irmãos meus, muito queridos! Abra Deus os vossos olhos para que vejais quanta recompensa existe para nós naquilo que o mundo despreza; quanta honra recebemos ao sermos desonrados por buscarmos a glória de Deus; quanta glória nos está reservada por causa da humilhação presente; como são carinhosos e amigos os braços que Deus nos abre para receber os que foram feridos nos combates por sua causa; sem dúvida, a doçura desses braços é incomparavelmente maior do que todo o mel que os esforços deste mundo podem dar. E se algum entendimento há em nós, havemos de desejar ardentemente esses braços; pois quem não deseja aquele que é a plenitude do amor, senão quem não sabe verdadeiramente o que é desejar?
Pois bem, se vos agradam aquelas festas e se as desejais ver e gozar, tende por certo que não há caminho mais seguro do que o sofrimento. É este o caminho por onde passaram Cristo e todos os seus. Ele o chama caminho estreito, mas é o que conduz diretamente à vida. Ensina-nos também que, se queremos chegar aonde ele está, devemos seguir o mesmo caminho que percorreu. Não convém que, tendo o Filho de Deus passado pelo caminho da ignomínia, sigam os filhos dos homens pelo caminho das honras; porque o discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor (Mt 10,24).
Queira Deus que neste mundo a nossa alma não encontre outro descanso nem escolha outra vida que não sejam os sofrimentos da cruz do Senhor.
Estas palavras são do apóstolo Paulo. Por três vezes foi batido com varas, cinco vezes açoitado, uma vez apedrejado até ser deixado como morto; foi perseguido por todo tipo de gente e atormentado por toda espécie de flagelos e sofrimentos, não uma ou duas vezes, mas, como ele mesmo diz em outro lugar: Somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos (2Cor 4,1).
Em todas essas tribulações não murmura nem se queixa de Deus, como costumam fazer os fracos; não se entristece, como aqueles que amam a glória e o prazer; não roga a Deus que o livre dos sofrimentos, como os que não o conhecem e, por isso, recusam deles compartilhar; não os julga pouca coisa, como quem não lhes dá valor; mas, pondo de lado toda ignorância e fraqueza, bendiz a Deus no meio destas aflições e agradece a quem lhas dá. Reconhece nelas não pequena mercê e considera-se feliz por poder sofrer algo, em honra daquele que tantas ignomínias suportou para libertar-nos dos vexames a que estávamos sujeitos pelo pecado. Por seu Espírito e pela adoção de filhos de Deus, ele nos cobriu de beleza e de honra, dando-nos também o penhor e a garantia de gozarmos com ele e por ele no céu.
Oh! irmãos meus, muito queridos! Abra Deus os vossos olhos para que vejais quanta recompensa existe para nós naquilo que o mundo despreza; quanta honra recebemos ao sermos desonrados por buscarmos a glória de Deus; quanta glória nos está reservada por causa da humilhação presente; como são carinhosos e amigos os braços que Deus nos abre para receber os que foram feridos nos combates por sua causa; sem dúvida, a doçura desses braços é incomparavelmente maior do que todo o mel que os esforços deste mundo podem dar. E se algum entendimento há em nós, havemos de desejar ardentemente esses braços; pois quem não deseja aquele que é a plenitude do amor, senão quem não sabe verdadeiramente o que é desejar?
Pois bem, se vos agradam aquelas festas e se as desejais ver e gozar, tende por certo que não há caminho mais seguro do que o sofrimento. É este o caminho por onde passaram Cristo e todos os seus. Ele o chama caminho estreito, mas é o que conduz diretamente à vida. Ensina-nos também que, se queremos chegar aonde ele está, devemos seguir o mesmo caminho que percorreu. Não convém que, tendo o Filho de Deus passado pelo caminho da ignomínia, sigam os filhos dos homens pelo caminho das honras; porque o discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor (Mt 10,24).
Queira Deus que neste mundo a nossa alma não encontre outro descanso nem escolha outra vida que não sejam os sofrimentos da cruz do Senhor.
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