sexta-feira, 30 de abril de 2021

SÃO PIO V, PAPA

 Nasceu nas proximidades de Alessândria (Itália), em 1504. Entrou na Ordem dos Frades Pregadores e ensinou Teologia. Ordenado bispo e criado cardeal, foi eleito, em 1566, para a Cátedra de Pedro. Continuou decididamente a reforma da Igreja, iniciada no Concílio de Trento, promoveu a propagação da fé e reformou o culto divino. Morreu a 1º de maio de 1572.

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Segunda leitura

Dos Tratados sobre o Evangelho de João, de Santo Agostinho, bispo 

(Tract. 124,5: CCL 36,684-685)
(Séc. V)

A Igreja foi fundada sobre a Pedra
que foi objeto da profissão de Pedro
Deus não cessa de oferecer consolações ao pobre gênero humano. Mas, além delas, quando chegou a plenitude dos tempos, isto é, o momento de realizar o que determinara, enviou seu Filho unigênito, por meio do qual criou todas as coisas. Sem deixar de ser Deus, ele se fez homem e se tornou mediador entre Deus e os homens: o homem Jesus Cristo (1Tm 2,5).
Os que acreditassem nele e se purificassem de seus pecados pelo batismo, ficariam livres da condenação eterna. Viveriam na fé, na esperança e na caridade, atravessando como peregrinos este mundo cheio de tentações difíceis e perigosas. Mas ajudados pelas consolações de Deus, espirituais e materiais, chegariam à sua presença seguindo Cristo que para eles se fez caminho.
Todavia, como nem mesmo os que seguem este caminho estão isentos de pecado – conseqüência da fragilidade humana – deu-lhes o remédio salutar das esmolas, para garantir a eficácia das suas orações, como ele próprio nos ensinou a dizer: Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores (Mt 6,12).
Assim procede a Igreja, feliz na sua esperança, enquanto vive entre as misérias desta vida; é a obra da Igreja universal que o apóstolo Pedro representava figurativamente pela primazia do seu apostolado.
Consideradas as suas propriedades naturais, era por natureza um homem, por graça um cristão; por graça mais abundante, um apóstolo, o primeiro dos apóstolos. Mas Cristo disse a Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que desligares na terra será desligado nos céus (Mt 16,19). Em virtude destas palavras, Pedro passou a representar a Igreja universal, que neste mundo é sacudida por toda espécie de provações, como se fossem chuvas torrenciais, raios e tempestades que se lançam contra ela. Contudo, não desaba, porque está alicerçada sobre a pedra, de onde Pedro recebeu o nome.
O Senhor diz: Sobre esta pedra construirei a minha Igreja (Mt 16,18). Era a resposta a Pedro que afirmara: Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16). Jesus quer significar o seguinte: sobre esta pedra, que foi objeto da tua profissão de fé, eu construirei a minha Igreja. Aquela pedra era Cristo (cf. 1Cor 10,4). Sobre este alicerce também Pedro foi edificado. De fato, ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo (1Cor 3,11).
Portanto, a Igreja, que tem Cristo por alicerce, dele recebeu, na pessoa de Pedro, as chaves do Reino dos Céus, quer dizer, o poder de ligar e desligar os pecados. Esta Igreja é livre de todos os males, porque ama e segue a Cristo. Mas segue a Cristo mais de perto na pessoa daqueles que lutam pela verdade até à morte.

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