Santa Josefina Bakhita, virgem
Memória Facultativa
Josefina Bakhita nasceu nos arredores de Jebel Agilere, na região Sul do Darfur, Sudão. Raptada ainda em tenra idade e vendida várias vezes nos mercados de escravos na África, sofreu uma cruel submissão até que, em Veneza, já cristã, professou e ingressou no Instituto das Filhas da Caridade Canossianas. Passou o resto da sua vida na alegria de Cristo em Schio (Vicenza), Itália, onde morreu a 8 de Fevereiro de 1947. Nas suas memórias autobiográficas, recorda a sua entrada no Catecumenato e o primeiro contato com as Irmãs Canossianas: “Fui confiada a uma Irmã encarregada da educação dos catecúmenos. Não posso recordar sem chorar o desvelo com que se ocupou de mim. Quis saber se desejava ser cristã e, tendo ouvido que o desejava e, mais ainda, que tinha chegado ali com essa intenção, rejubilou de alegria. Então aquelas santas Madres, com paciência heróica, instruíram-me e deram-me a conhecer o Deus que desde criança sentia que estava no meu coração sem ainda saber quem Ele era. Eu recordava-me que vendo o sol, a lua, as estrelas, as belezas da natureza, dizia para comigo: “Quem é o dono destas coisas tão belas?” E experimentava um grande desejo de O ver, de O conhecer, de Lhe prestar homenagem. E agora conheço-O.”
A sua mensagem é uma mensagem de bondade heróica, à imagem da bondade do Pai celeste. Ela deixou-nos um testemunho de reconciliação e de perdão evangélicos, que levará certamente conforto aos cristãos da sua pátria, o Sudão, tão duramente provados por um conflito que dura há muitos anos, e que tem causado tantas vítimas. A sua fidelidade e esperança são motivo de orgulho e de ação de graças para toda a Igreja. Neste momento de grandes tribulações, a Irmã Bakhita precede-os na via da imitação de Cristo, do aprofundamento da vida cristã e da inabalável dedicação à Igreja.
Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 34-35).
Nesta frase evangélica encontramos a síntese de toda a santidade; da santidade que alcançaram, por caminhos diferentes, mas convergentes na mesma e única meta, José Maria Escrivá de Balaguer e Josefina Bakhita. Eles amaram a Deus com todas as forças dos seus corações e deram provas de uma caridade levada até ao heroísmo mediante as obras de serviço aos homens, seus irmãos. Por isso, a Igreja os eleva às honras dos altares e os apresenta como exemplos na imitação de Cristo, que nos amou e se entregou a si mesmo por cada um de nós (Gl 2, 20).
Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele (Jo 13, 31): é o mistério pascal da glória.
Através do Filho do homem, esta glória estende-se a todo o mundo visível e invisível. Graças vos dêem, Senhor, todas as criaturas, e bendigam-vos todos os vossos fiéis. E anunciem os vossos feitos maravilhosos (Sl 144, 10-11).
Eis os que de geração em geração seguiram Cristo: através de muitas tribulações, entraram no Reino de Deus. O vosso Reino é um reino eterno (Sl 144, 13). Amém.
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