Os sete fundadores da ordem dos Servos da Santíssima Virgem Maria
Memória Facultativa
Os Sete santos fundadores nasceram em Florença. Levaram primeiramente vida eremítica no monte Senário, venerando de modo particular a Santíssima Virgem Maria. Depois dedicaram-se à pregação por toda a Toscana e fundaram a Ordem dos Servos de Maria (Servitas), aprovada em 1304 pela Sé Apostólica. Celebra-se hoje a sua memória porque, segundo consta, neste dia morreu Santo Aleixo Falconieri, um dos sete, em 1310.
Segunda leitura
Da Legenda sobre a origem da Ordem dos Servos de Maria
(Monumenta Ord. Serv. B. Mariae Virginis, 1,3.5.6.9.11, pp. 71ss)
(Séc. XIV)
Louvemos os homens gloriosos
Houve sete homens, dignos de reverência e de honra, que Nossa Senhora reuniu como sete estrelas, para dar início com a sua fraterna união de alma e de corpo, à Ordem sua e de seus servos.
Quando entrei para nossa Ordem, já não encontrei vivo nenhum deles, com exceção do Irmão Aleixo. Foi do agrado de Nossa Senhora preservá-lo da morte corporal até os nossos dias, para que pudéssemos obter, por seu intermédio, informações sobre a origem de nossa Ordem. Como pude verificar por experiência e com meus próprios olhos, a vida desse Irmão Aleixo não apenas servia de exemplo a todos que o rodeavam, mas também era um testemunho vivo do estado de perfeição e profunda religiosidade com que ele e seus companheiros tinham iniciado a mencionada Ordem.
Do modo de vida desses sete homens, antes de terem iniciado a vida em comum, quero realçar quatro aspectos.
Em primeiro lugar, com relação à Igreja. Alguns deles, por estarem decididos a guardar virgindade ou castidade perfeita, não se casaram; outros já estavam ligados pelo vínculo do matrimônio; outros, enfim, eram viúvos.
Em segundo lugar, com relação ao serviço da sociedade civil. Eram todos negociantes, e compravam e vendiam bens terrenos. Mas quando descobriram a pérola preciosa, isto é, a nossa Ordem, não só deram aos pobres tudo o que possuíam, mas entregaram-se a si mesmos a Deus e à Senhora para servi-los com toda a alegria e fidelidade.
O terceiro aspecto diz respeito à veneração e culto de Nossa Senhora. Em Florença, havia uma certa irmandade, fundada já há muito tempo, em honra da Virgem Maria; por sua antiguidade, pelo número de seus membros e pela santidade dos homens e mulheres que dela faziam parte, tinha posição de destaque no meio das outras irmandades; e por isso era chamada “Companhia de Nossa Senhora”. Dela também faziam parte os sete homens como membros especialmente devotos de Nossa Senhora, antes de se reunirem em comunidade.
O quarto aspecto diz respeito à perfeição de suas almas. Amavam a Deus sobre todas as coisas; e dirigindo para ele tudo o que faziam como sendo de justiça, honravam-no por pensamentos, palavras e ações.
Depois que, por inspiração divina, decidiram com firme propósito viver em comum – estimulados de modo particular por Nossa Senhora – dispuseram de suas casas e famílias, deixando a estas o necessário, e distribuíram o resto entre os pobres. Foram, contudo, procurar homens sensatos e de vida exemplar aos quais confiaram seu projeto.
Subiram ao monte Senário e, em cima, construíram uma pequena casa onde foram morar juntos. Ali começaram a pensar não só na própria santificação, mas também na possibilidade de aceitar outros membros e fazer crescer a nova Ordem, que Nossa Senhora havia começado por meio deles. Por isso, trataram de acolher novos irmãos, recebendo alguns que queriam viver com eles. E assim deram início à nossa Ordem. É principalmente a Nossa Senhora que se deve este empreendimento, fundado na humildade de nossos irmãos, construído na sua concórdia e conservado na pobreza.
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