SÃO FRANCISCO XAVIER,
PRESBÍTERO
Memória
Nasceu na Espanha, em 1506; quando estudante em Paris, tornou-se companheiro de Santo Inácio. Foi ordenado sacerdodote em Roma, em 1537, e dedicou-se às obras de caridade. Partindo em 1541 para o Oriente, durante dez anos evangelizou, incansavelmente, a Índia e o Japão, convertendo multidões à fé cristã. Morreu em 1552, na ilha chinesa de Sancião.
Memória
Nasceu na Espanha, em 1506; quando estudante em Paris, tornou-se companheiro de Santo Inácio. Foi ordenado sacerdodote em Roma, em 1537, e dedicou-se às obras de caridade. Partindo em 1541 para o Oriente, durante dez anos evangelizou, incansavelmente, a Índia e o Japão, convertendo multidões à fé cristã. Morreu em 1552, na ilha chinesa de Sancião.
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Das Cartas a Santo
Inácio, de São Francisco Xavier, presbítero
(E Vita Francisci
Xaverii, auctore H. Tursellini, Romae, 1596,
Lib. 4, epist. 4 [1542] et 5 [1544])
(Séc. XVI)
Lib. 4, epist. 4 [1542] et 5 [1544])
(Séc. XVI)
Ai de mim, se
não evangelizar!
Percorremos as aldeias de neófitos, que receberam os sacramentos cristãos há poucos anos. Esta região não é cultivada pelos portugueses, já que é muito estéril e pobre; e os cristãos indígenas, por falta de sacerdotes, nada sabem a não ser que são cristãos. Não há ninguém que celebre para eles as sagradas funções; ninguém que lhes ensine o Símbolo, o Pai-nosso, a Ave-Maria e os mandamentos da Lei de Deus.
Percorremos as aldeias de neófitos, que receberam os sacramentos cristãos há poucos anos. Esta região não é cultivada pelos portugueses, já que é muito estéril e pobre; e os cristãos indígenas, por falta de sacerdotes, nada sabem a não ser que são cristãos. Não há ninguém que celebre para eles as sagradas funções; ninguém que lhes ensine o Símbolo, o Pai-nosso, a Ave-Maria e os mandamentos da Lei de Deus.
Desde
que
aqui
cheguei, não parei um instante: visitando com
freqüência as aldeias,
lavando na água sagrada os meninos não batizados. Assim,
purifiquei grandíssimo
número de crianças que, como se diz, não sabem
absolutamente distinguir
entre a direita e a esquerda. Estas crianças não me
permitiram recitar o
ofício divino, nem comer, nem dormir, enquanto não lhes
ensinasse alguma
oração; foi assim que comecei a perceber que delas
é o reino dos céus.
À
vista
disto, como não podia, sem culpa, recusar pedido tão
santo, começando
pelo testemunho do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinava-lhes o
Símbolo dos Apóstolos, o Pai-nosso e a Ave-Maria.
Observei que são muito inteligentes;
se houvesse quem os instruísse nos preceitos cristãos,
não duvido que seriam
excelentes cristãos.
Nestas
paragens, são muitíssimos aqueles que não se
tornam cristãos, simplesmente
por faltar quem os faça tais. Veio-me muitas vezes ao pensamento ir
pelas
academias da Europa, particularmente a de Paris, e por toda a parte
gritar como
louco e sacudir aqueles que têm mais ciência do que
caridade, clamando: "Oh!
Como é enorme o número dos que excluídos do
céu, por vossa culpa se
precipitam nos infernos!"
Quem dera
que
se dedicassem a esta obra com o mesmo interesse com que se dedicam
às letras, para que pudessem prestar contas a Deus da
ciência e dos talentos
recebidos!
Na verdade,
muitos deles, impressionados por esta idéia, entregando-se
à meditação
das realidades divinas, talvez estivessem mais preparados para ouvir o
que
Deus diria neles: abandonando as cobiças e interesses humanos, se
fizessem
atentos a um aceno da vontade de Deus. Decerto, diriam de
coração: Aqui
estou,
Senhor; que devo fazer? (At 9,10; 22,10). Envia-me para
onde for do teu
agrado, até mesmo para a Índia.
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