TERÇA-FEIRA

Salmo 36(37) - (Ofício das Leituras)
O destino dos maus e dos bons

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra (Mt 5,4).

I

– 1 Não te irrites com as obras dos malvados *
nem invejes as pessoas desonestas;

– 2 eles murcham tão depressa como a grama, *
como a erva verdejante secarão.


– 3 Confia no Senhor e faze o bem, *
e sobre a terra habitarás em segurança.

– 4 Coloca no Senhor tua alegria, *
e ele dará o que pedir teu coração.


– 5 Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; *
confia nele, e com certeza ele agirá.

– 6 Fará brilhar tua inocência como a luz, *
e o teu direito, como o sol do meio-dia.


– Repousa no Senhor e espera nele! *
Não cobices a fortuna desonesta,

– nem invejes quem vai bem na sua vida *
mas oprime os pequeninos e os humildes.


– 8 Acalma a ira e depõe o teu furor! *
Não te irrites, pois seria um mal a mais!

– 9 Porque serão exterminados os perversos, *
e os que esperam no Senhor terão a terra.


– 10 Mais um pouco e já os ímpios não existem; *
se procuras seu lugar, não o acharás.

– 11 Mas os mansos herdarão a nova terra, *
e nela gozarão de imensa paz.

 

II

– 12 O pecador arma ciladas contra o justo *
e, ameaçando, range os dentes contra ele;

– 13 mas o Senhor zomba do ímpio e ri-se dele, *
porque sabe que o seu dia vai chegar.


– 14 Os ímpios já retesam os seus arcos *
e tiram sua espada da bainha,

– para abater os infelizes e os pequenos *
e matar os que estão no bom caminho;

– 15 mas sua espada há de ferir seus corações, *
e os seus arcos hão de ser despedaçados.


– 16 Os poucos bens do homem justo valem mais *
do que a fortuna fabulosa dos iníquos.

– 17 Pois os braços dos malvados vão quebrar-se, *
mas aos justos é o Senhor que os sustenta.


– 18 O Senhor cuida da vida dos honestos, *
e sua herança permanece eternamente.

 19 Não serão envergonhados nos maus dias, *
mas nos tempos de penúria, saciados.


 20 Mas os ímpios com certeza morrerão, *
perecerão os inimigos do Senhor;

– como as flores das campinas secarão, *
e sumirão como a fumaça pelos ares.


– 21 O ímpio pede emprestado e não devolve, *
mas o justo é generoso e dá esmola.

– 22 Os que Deus abençoar, terão a terra; *
os que ele amaldiçoar, se perderão.


 23 É o Senhor quem firma os passos dos mortais *
e dirige o caminhar dos que lhe agradam;

 24 mesmo se caem, não irão ficar prostrados, *
pois é o Senhor quem os sustenta pela mão.


25 Já fui jovem e sou hoje um ancião, †
mas nunca vi um homem justo abandonado, *
nem seus filhos mendigando o próprio pão.

– 26 Pode sempre emprestar e ter piedade; *
seus descendentes hão de ser abençoados.


 27 Afasta-te do mal e faze o bem, *
e terás tua morada para sempre.

– 28 Porque o Senhor Deus ama a justiça, *
e jamais ele abandona os seus amigos.


– Os malfeitores hão de ser exterminados, *
e a descendência dos malvados destruída;

– 29 mas os justos herdarão a nova terra *
e nela habitarão eternamente.

 


III

– 30 O justo tem nos lábios o que é sábio, *
sua língua tem palavras de justiça;

– 31 traz a Aliança do seu Deus no coração, *
e seus passos não vacilam no caminho.


– 32 O ímpio fica à espreita do homem justo, *
estudando de que modo o matará;

 33 mas o Senhor não o entrega em suas mãos, *
nem o condena quando vai a julgamento.


 34 Confia em Deus e segue sempre seus caminhos; *
ele haverá de te exaltar e engrandecer;

– possuirás a nova terra por herança, *
e assistirás à perdição dos malfeitores.

– 35 Eu vi o ímpio levantar-se com soberba, *
elevar-se como um cedro exuberante;


– 36 depois passei por lá e já não era, *
procurei o seu lugar e não o achei.

– 37 Observa bem o homem justo e o honesto: *
quem ama a paz terá bendita descendência.


– 38 Mas os ímpios serão todos destruídos, *
e a sua descendência exterminada.

– 39 A salvação dos piedosos vem de Deus; *
ele os protege nos momentos de aflição.

40 O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, †
defende-os e protege-os contra os ímpios, *
e os guarda porque nele confiaram.

Salmo 42(43) – (Laudes)
Saudades do templo
Eu vim ao mundo como luz (Jo 12,46).

1 Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me *
contra a gente impiedosa;
– do homem perverso e mentiroso *
libertai-me, ó Senhor!

2 Sois vós o meu Deus e meu refúgio: *
por que me afastais?
– Por que ando tão triste e abatido *
pela opressão do inimigo?

3 Enviai vossa luz, vossa verdade: *
elas serão o meu guia;
– que me levem ao vosso Monte santo, *
até a vossa morada!

4 Então irei aos altares do Senhor, *
Deus da minha alegria.
– Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, *
meu Senhor e meu Deus!

5 Por que te entristeces, ó minh'alma, *
a gemer no meu peito?
– Espera em Deus! Louvarei novamente *
o meu Deus Salvador!

Salmo 64(65) – (Laudes)
Solene ação de graças
Sião significa a cidade celeste (Orígenes).

2 Ó Senhor, convém cantar vosso louvor *
com um hino em Sião!
3 † E cumprir os nossos votos e promessas, *
pois ouvis a oração.

– Toda carne há de voltar para o Senhor, *
por causa dos pecados.
4 E por mais que nossas culpas nos oprimam, *
perdoais as nossas faltas.

5 É feliz quem escolheis e convidais *
para morar em vossos átrios!
– Saciamo-nos dos bens de vossa casa *
e do vosso templo santo.

6 Vossa bondade nos responde com prodígios, *
nosso Deus e Salvador!
– Sois a esperança dos confins de toda a terra *
e dos mares mais distantes.

7 As montanhas sustentais com vossa força: *
estais vestido de poder.
8 Acalmais o mar bravio e as ondas fortes *
e o tumulto das nações.

9 Os habitantes mais longínquos se admiram *
com as vossas maravilhas.
– Os extremos do nascente e do poente *
inundais de alegria.

10 Visitais a nossa terra com as chuvas, *
e transborda de fartura.
– Rios de Deus que vêm do céu derramam águas, *
e preparais o nosso trigo.

11 É assim que preparais a nossa terra: *
vós a regais e aplainais,
– os seus sulcos com a chuva amoleceis *
e abençoais as sementeiras.

12 O ano todo coroais com vossos dons, *
os vossos passos são fecundos;
– transborda a fartura onde passais, *
13 brotam pastos no deserto.

– As colinas se enfeitam de alegria, *
14 e os campos, de rebanhos;
– nossos vales se revestem de trigais: *
tudo canta de alegria!

 

Salmo 52(53) – (Hora Média)
A insensatez dos ímpios
Todos pecaram e estão privados da glória de Deus (Rm 3,23).

1 Diz o insensato em seu próprio coração: *
"Não há Deus! Deus não existe!
2 Corromperam-se em ações abomináveis, *
já não há quem faça o bem!

3 O Senhor, ele se inclina lá dos céus *
sobre os filhos de Adão,
– para ver se resta um homem de bom senso *
que ainda busque a Deus.

4 Mas todos eles igualmente se perderam, *
corrompendo-se uns aos outros;
– não existe mais nenhum que faça o bem, *
não existe um sequer!

5 Será que não percebem os malvados *
quanto exploram o meu povo?
– Eles devoram o meu povo como pão, *
e não invocam o Senhor.

6 Eis que se põem a tremer de tanto medo, *
onde não há o que temer;
– porque Deus fez dispersar até os ossos *
dos que te assediavam.

– Eles ficaram todos cheios de vergonha, *
porque Deus os rejeitou.
7 Que venha, venha logo de Sião *
a salvação de Israel!

– Quando o Senhor reconduzir do cativeiro *
os deportados de seu povo,
– que júbilo e que festa em Jacó, *
que alegria em Israel!

Salmo 53(54),3-6.8-9 – (Hora Média)
Pedido de auxílio
O profeta reza para escapar, em nome do Senhor, à maldade de seus perseguidores (Cassiodoro).

3 Por vosso nome, salvai-me, Senhor; *
e dai-me a vossa justiça!
4 Ó meu Deus, atendei minha prece *
e escutai as palavras que eu digo!

=5 Pois contra mim orgulhosos se insurgem, †
e violentos perseguem-me a vida: *
não há lugar para Deus aos seus olhos.
6 Quem me protege e me ampara é meu Deus; *
é o Senhor quem sustenta minha vida!

8 Quero ofertar-vos o meu sacrifício *
de coração e com muita alegria;
– quero louvar, ó Senhor, vosso nome, *
quero cantar vosso nome que é bom!
9 Pois me livrastes de toda a angústia, *
e humilhados vi meus inimigos!

Salmo 118(119),49-56 – (Hora Média)
VII (Zain)
Meditação sobre a Palavra de Deus na Lei
A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,68).

49 Lembrai-vos da promessa ao vosso servo, *
pela qual me cumulastes de esperança!
50 O que me anima na aflição é a certeza: *
vossa palavra me dá a vida, ó Senhor.

51 Por mais que me insultem os soberbos, *
eu não me desviarei de vossa lei.
52 Recordo as leis que vós outrora proferistes, *
e esta lembrança me consola o coração.

53 Apodera-se de mim a indignação, *
vendo que os ímpios abandonam vossa lei.
54 As vossas leis são para mim como canções *
que me alegram nesta terra de exílio.

55 Até de noite eu relembro vosso nome *
e observo a vossa lei, ó meu Senhor!
56 Quanto a mim, uma só coisa me interessa: *
cumprir vossos preceitos, ó Senhor!

Salmo 48(49) – (Vésperas)
A ilusão das riquezas
Dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus (Mt 19,23).
I
2 Ouvi isto, povos todos do universo, *
muita atenção, ó habitantes deste mundo;
3 poderosos e humildes, escutai-me, *
ricos e pobres, todos juntos, sede atentos!

4 Minha boca vai dizer palavras sábias, *
que meditei no coração profundamente;
5 e inclinando meus ouvidos às parábolas, *
decifrarei ao som da harpa o meu enigma:

6 Por que temer os dias maus e infelizes, *
quando a malícia dos perversos me circunda?
7 Por que temer os que confiam nas riquezas *
e se gloriam na abundância de seus bens?

8 Ninguém se livra de sua morte por dinheiro *
nem a Deus pode pagar o seu resgate.
9 A isenção da própria morte não tem preço; *
não há riqueza que a possa adquirir,
10 nem dar ao homem uma vida sem limites *
e garantir-lhe uma existência imortal. –

=11 Morrem os sábios e os ricos igualmente; †
morrem os loucos e também os insensatos, *
e deixam tudo o que possuem aos estranhos;
=12 os seus sepulcros serão sempre as suas casas, †
suas moradas através das gerações, *
mesmo se deram o seu nome a muitas terras.

13 Não dura muito o homem rico e poderoso; *
é semelhante ao gado gordo que se abate.

II
14 Este é o fim do que espera estultamente, *
o fim daqueles que se alegram com sua sorte;
=15 são um rebanho recolhido ao cemitério, †
e a própria morte é o pastor que os apascenta; *
são empurrados e deslizam para o abismo.

– Logo seu corpo e seu semblante se desfazem, *
e entre os mortos fixarão sua morada.
16 Deus, porém, me salvará das mãos da morte *
e junto a si me tomará em suas mãos.

17 Não te inquietes, quando um homem fica rico *
e aumenta a opulência de sua casa;
18 pois ao morrer não levará nada consigo, *
nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.

19 Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: *
"Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!
20 Mas vai-se ele para junto de seus pais, *
que nunca mais e nunca mais verão a luz!

21 Não dura muito o homem rico e poderoso: *
é semelhante ao gado gordo que se abate.


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