QUARTA-FEIRA

Salmo 17(18),2-30 – parte 1 –  (Ofício das Leituras)
Ação de graças pela salvação e pela vitória
Na mesma hora aconteceu um grande terremoto
 (Ap 11,13).

I
 2 Eu vos amo, ó Senhor! Sois minha força, *
3  minha rocha, meu refúgio e Salvador!
= Ó meu Deus, sois o rochedo que me abriga, †
minha força e poderosa salvação,*
sois meu escudo e proteção: em vós espero!

– Invocarei o meu Senhor: a ele a glória! *
e dos meus perseguidores serei salvo!
– 
5 Ondas da morte me envolveram totalmente, *
e as torrentes da maldade me aterraram;
– 
6 os laços do abismo me amarraram *
e a própria morte me prendeu em suas redes.

– 7 Ao Senhor eu invoquei na minha angústia *
e elevei o meu clamor para o meu Deus;
– de seu Templo ele escutou a minha voz, *
e chegou a seus ouvidos o meu grito.

 II
A terra toda estremeceu e se abalou, †
os fundamentos das montanhas vacilaram *
e se agitaram, porque Deus estava irado.
De seu nariz fumaça em nuvens se elevou, †
da boca saiu fogo abrasador *
dos seus lábios, carvões incandescentes.

– 10 Os céus ele abaixou e então desceu, *
pousando em nuvens pretas os seus pés.
– 
11 Um querubim o conduzia no seu vôo, *
sobre as asas do vento ele pairava.

 12 Das trevas fez um véu para envolver-se, *
escondeu-se em densas nuvens e água escura.
 13 No clarão que procedia de seu rosto, *
carvões incandescentes se acendiam.

– 14 Trovejou dos altos céus o Senhor Deus, *
o Altíssimo fez ouvir a sua voz;
– 
15 e, lançando as suas flechas, dissipou-os, *
dispersou-os com seus raios fulgurantes.

– 16 Até o fundo do oceano apareceu, *
e os fundamentos do universo foram vistos,
– ante as vossas ameaças, ó Senhor *
e ao sopro abrasador de vossa ira.

 17 Lá do alto ele estendeu a sua mão *
e das águas mais profundas retirou-me;
 18 libertou-me do inimigo poderoso *
e de rivais muito mais fortes do que eu.

– 19 Assaltaram-me no dia da aflição, *
mas o Senhor foi para mim um protetor;
 20 colocou-me num lugar bem espaçoso: *
o Senhor me libertou, porque me ama.

III
 21 O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos,
 22 pois nos caminhos do Senhor eu caminhei, *
e de meu Deus não me afastei por minhas culpas.

 23 Tive sempre à minha frente os seus preceitos, *
e de mim não afastei sua justiça.
 24 Diante dele tenho sido sempre reto *
e conservei-me bem distante do pecado.
– O Senhor recompensou minha justiça *
e a pureza que encontrou em minhas mãos.

– 25 Ó Senhor, vós sois fiel com o fiel, *
sois correto com o homem que é correto;
– 
26 sois sincero com aquele que é sincero, *
mas arguto com o homem astucioso.
– 
27 Pois salvais, ó Senhor Deus, o povo humilde, *
mas os olhos dos soberbos humilhais.

– 29 Ó Senhor, fazeis brilhar a minha lâmpada;  *
ó meu Deus, iluminai as minhas trevas.
– 
30 Junto convosco eu enfrento os inimigos, *
com vossa ajuda eu transponho altas muralhas.


Salmo 35(36) – (Laudes)
A malícia do pecador e a bondade de Deus
Quem me segue, não andará nas trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

2 O pecado sussurra ao ímpio *
lá no fundo do seu coração;
– o temor do Senhor, nosso Deus, *
não existe perante seus olhos.
3 Lisonjeia a si mesmo pensando: *
"Ninguém vê nem condena o meu crime"!

4 Traz na boca maldade e engano; *
já não quer refletir e agir bem.
=5 Arquiteta a maldade em seu leito, †
nos caminhos errados insiste *
e não quer afastar-se do mal.

6 Vosso amor chega aos céus, ó Senhor, *
chega às nuvens a vossa verdade.
7 Como as altas montanhas eternas *
é a vossa justiça, Senhor;
– e os vossos juízos superam *
os abismos profundos dos mares.

– Os animais e os homens salvais: *
8 quão preciosa é, Senhor, vossa graça!
– Eis que os filhos dos homens se abrigam*
sob a sombra das asas de Deus.
9 Na abundância de vossa morada, *
eles vêm saciar-se de bens.

– Vós lhes dais de beber água viva, *
na torrente das vossas delícias.
10 Pois em vós está a fonte da vida, *
e em vossa luz contemplamos a luz.
11 Conservai aos fiéis vossa graça, *
e aos retos, a vossa justiça!

12 Não me pisem os pés dos soberbos, *
nem me expulsem as mãos dos malvados!
13 Os perversos, tremendo, caíram *
e não podem erguer-se do chão.

 


Salmo 46(47) – (Laudes)
O Senhor, Rei do universo
Está sentado à direita de Deus Pai, e o seu Reino não terá fim.

2 Povos todos do universo, batei palmas, *
gritai a Deus aclamações de alegria!
3 Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, *
o soberano que domina toda a terra.

4 Os povos sujeitou ao nosso jugo *
e colocou muitas nações aos nossos pés.
5 Foi ele que escolheu a nossa herança, *
a glória de Jacó, seu bem-amado.

6 Por entre aclamações Deus se elevou, *
o Senhor subiu ao toque da trombeta.
7 Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, *
salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!

8 Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, *
ao som da harpa acompanhai os seus louvores!
9 Deus reina sobre todas as nações, *
está sentado no seu trono glorioso.

10 Os chefes das nações se reuniram *
com o povo do Deus santo de Abraão,
– pois só Deus é realmente o Altíssimo, *
e os poderosos desta terra lhe pertencem!

Salmo 16(17) – (Hora Média)
Dos ímpios salvai-me, Senhor!
Nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas. E foi atendido (Hb 5,7).
I
1 Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, *
escutai-me e atendei o meu clamor!
– Inclinai o vosso ouvido à minha prece, *
pois não existe falsidade nos meus lábios!
2 De vossa face é que me venha o julgamento, *
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.

=3 Provai meu coração durante a noite, †
visitai-o, examinai-o pelo fogo, *
mas em mim não achareis iniquidade.
4 Não cometi nenhum pecado por palavras, *
como é costume acontecer em meio aos homens.
– Seguindo as palavras que dissestes,*
andei sempre nos caminhos da Aliança.
5 Os meus passos eu firmei na vossa estrada, *
e por isso os meus pés não vacilaram.
6 Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, *
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
=7 Mostrai-me vosso amor maravilhoso, †
vós que salvais e libertais do inimigo *
quem procura a proteção junto de vós.

8 Protegei-me qual dos olhos a pupila *
e guardai-me, à proteção de vossas asas,
9 longe dos ímpios violentos que me oprimem, *
dos inimigos furiosos que me cercam.

II
10 A abundância lhes fechou o coração, *
em sua boca há só palavras orgulhosas.
11 Os seus passos me perseguem, já me cercam, *
voltam seus olhos contra mim: vão derrubar-me,
12 como um leão impaciente pela presa, *
um leãozinho espreitando de emboscada.

13 Levantai-vos, ó Senhor, contra o malvado, *
com vossa espada abatei-o e libertai-me!
14 Com vosso braço defendei-me desses homens, *
que já encontram nesta vida a recompensa.

= Saciais com vossos bens o ventre deles, †
e seus filhos também hão de saciar-se *
e ainda as sobras deixarão aos descendentes.
15 Mas eu verei, justificado, a vossa face *
e ao despertar me saciará vossa presença.

Salmo 118(119),9-16 – (Hora Média)
II (Beth)
Meditação sobre a Palavra de Deus na Lei
Se me amais, guardareis os meus mandamentos (Jo 14,15).

9 Como um jovem poderá ter vida pura? *
Observando, ó Senhor, vossa palavra.
10 De todo o coração eu vos procuro, *
não deixeis que eu abandone a vossa lei!

11 Conservei no coração vossas palavras, *
a fim de que eu não peque contra vós.
12 Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; *
os vossos mandamentos ensinai-me!

13 Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero *
os decretos que ditou a vossa boca.
14 Seguindo vossa lei me rejubilo *
muito mais do que em todas as riquezas.

15 Eu quero meditar as vossas ordens, *
eu quero contemplar vossos caminhos!
16 Minha alegria é fazer vossa vontade; *
eu não posso esquecer vossa palavra.


Salmo 26(27) – (Vésperas)
Confiança em Deus no perigo
I
Esta é a morada de Deus entre os homens (Ap 21,3).

1 O Senhor é minha luz e salvação; *
de quem eu terei medo?
– †O Senhor é a proteção da minha vida; *
perante quem eu tremerei?

2 Quando avançam os malvados contra mim, *
querendo devorar-me,
– são eles, inimigos e opressores, *
que tropeçam e sucumbem.

3 Se os inimigos se acamparem contra mim, *
não temerá meu coração;
– se contra mim uma batalha estourar, *
mesmo assim confiarei.

4 Ao Senhor eu peço apenas uma coisa, *
e é só isto que eu desejo:
– habitar no santuário do Senhor *
por toda a minha vida;
– saborear a suavidade do Senhor *
e contemplá-lo no seu templo.

5 Pois um abrigo me dará sob o seu teto *
nos dias da desgraça;
– no interior de sua tenda há de esconder-me *
e proteger-me sobre a rocha.

6 E agora minha fronte se levanta *
em meio aos inimigos.
– Ofertarei um sacrifício de alegria, *
no templo do Senhor.
– Cantarei salmos ao Senhor ao som da harpa *
e hinos de louvor.


II
Alguns se levantaram e testemunharam falsamente contra Jesus (Mc 14,57).

7 Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, *
atendei por compaixão!
8 Meu coração fala convosco confiante, *
e os meus olhos vos procuram.
– Senhor, é vossa face que eu procuro; *
não me escondais a vossa face! –

9 Não afasteis em vossa ira o vosso servo, *
sois vós o meu auxílio!
– Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, *
meu Deus e Salvador!
10 Se meu pai e minha mãe me abandonarem, *
o Senhor me acolherá!

11 Ensinai-me, ó Senhor, vossos caminhos *
e mostrai-me a estrada certa!
– Por causa do inimigo, protegei-me, *
12 não me entregueis a seus desejos!
– Porque falsas testemunhas se ergueram *
e vomitam violência.

13 Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver *
na terra dos viventes.
14 Espera no Senhor e tem coragem, *
espera no Senhor!

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